04/11/2022 às 18h02min - Atualizada em 04/11/2022 às 18h02min

Trabalho híbrido traz benefícios para empresas e colaboradores

Mazars alerta para os cuidados com a gestão do tempo, para que não haja a sensação infinita de trabalho, além do monitoramento dos colaboradores por tarefas e não mais por jornada de trabalho

Assessoria de Imprensa Foto: Pixabay

O modelo de trabalho é um tema que tem sido muito discutido por empresas e colaboradores nos dias de hoje. Trabalhar de forma híbrida é a preferência entre os trabalhadores, de acordo com o estudo "O Futuro do Trabalho no Brasil”. A partir de um levantamento realizado pelo Google Workspace, com a participação da consultoria IDC Brasil, essa opção foi apontada como a melhor por 73% dos entrevistados que atuam nessa modalidade, além disso, também é a justificativa de possíveis trocas de emprego. Para a Mazars, consultoria empresarial, a flexibilização na modalidade de trabalho ajuda na redução de custos das empresas, além de beneficiar melhoria, como tempo no transporte, aos colaboradores. Em uma pesquisa de clima realizada internamente, com 416 colaboradores, 96% são favoráveis ao modelo híbrido ou remoto.

 

Para Milena Bizzarri, diretora de Recursos Humanos e Marketing e Comunicação da Mazars, os benefícios no trabalho remoto ou híbrido são vários. “Cada vez mais os profissionais qualificados estão em busca dessa flexibilidade. Além de custos reduzidos, a empresa pode se beneficiar da diversidade entre os perfis de colaboradores, podendo contratar pessoas em qualquer lugar do Brasil, ou até mesmo quem mora no exterior. Além disso, o colaborador tem mais qualidade, uma vez que os que moram longe do escritório não precisam perder tempo no trânsito e no deslocamento.”

 

Mesmo com todas as vantagens, a executiva faz um alerta para os desafios: como a forma de avaliar o trabalho a distância. “A legislação trabalhista precisa rever alguns pontos, pois, agora, a melhor estratégia de monitoramento dos colaboradores é por tarefas e não mais por jornada de trabalho. Outro ponto importante é a organização do tempo. Quando você está no escritório, tem um ritual: para começar a trabalhar e o momento do término, quando sai do escritório, com a desconexão do trabalho e a volta para casa.”  

 

A diretora reforça a importância de o colaborador ter a hora de se desconectar, para não ter a sensação de que está no trabalho o tempo todo; ter uma rotina estabelecida e atividades fora de casa podem ajudar.  “Nesse ponto podem surgir outros problemas como a saúde mental, por conta de depressão, angústia e ansiedade, com uma estafa emocional. Internamente, acompanhamos como os nossos colaboradores estão se sentindo. Observamos que na nossa pesquisa de clima surgiu a expressão de sensação infinita de trabalho. Desde o início da pandemia − e não paramos com essa iniciativa − temos a área de Recursos Humanos disponível para relatar qualquer problema que o colaborador tenha e psicólogos à disposição para todos.”

 

Além de observar o bem-estar dos profissionais, segundo a pesquisa de clima da Mazars, também notou-se que os colaboradores reforçam da importância de a empresa manter a transparência, para assim dar mais segurança aos colaboradores.

 

Em relação ao modelo de contratação de funcionários, a executiva também diz que foi preciso mudar. “Antes, eu precisava de um colaborador que soubesse contabilidade. Hoje, eu preciso que ele também saiba se comunicar bem e possa desempenhar o trabalho dele de forma autônoma.”

 

Legislação trabalhista

Em função dessa modalidade de trabalho híbrido ou remoto, que veio para ficar, em setembro deste ano foi aprovada a MP 1.108, que agora é a Lei nº 14.442. Segundo Milena, a MP formalizou e trouxe adequações ao regime híbrido de trabalho, aumentando assim a segurança jurídica em relação a esse regime de trabalho.

 

“Entre as principais mudanças e vantagens, estão a prestação dos serviços fora das dependências da empresa ou não; mesmo que o comparecimento seja de maneira habitual, não descaracterizará o regime. Antes, era previsto que as atividades fossem predominantemente fora das dependências do empregador. A mudança traz mais flexibilidade para a divisão de dias de trabalho em casa e formaliza o modelo híbrido, uma vez que, antes, o teletrabalho era definido a partir de 3 dias da semana em casa, e agora existe uma maior abertura para que o colaborador trabalhe, por exemplo, durante uma semana inteira no escritório e outra em casa”, esclarece a diretora.

 

Outro ponto que a executiva acrescenta é que também foram definidas as regras quanto às relações sindicais; ou seja, o sindicato prevalecerá considerando sempre domicílio do empregador, mesmo que o colaborador seja contratado em outro estado, o que é muito comum ocorrer no regime de teletrabalho.

 

“A MP ainda prevê a contratação em regime de teletrabalho/híbrido os colaboradores aprendizes e estagiários, sendo que essas categorias não eram cobertas ainda pela Reforma Trabalhista”, declara Milena

 

Em relação ao controle da jornada, a executiva afirma que há várias maneiras de se estabelecer um controle de jornada em casos de regime de teletrabalho/híbrido. “Um ótimo exemplo é o controle de ponto realizado pelo celular do colaborador e softwares de monitoramento. São recursos interessantes. Hoje temos condições de manter o controle de frequência por meio de tecnologia especializada, mas, há pouco tempo, isso chegava a ser um impeditivo, dada a falta de legislação sobre o tema”.

 

Para manter o contato entre a equipe e atentar a alguns cuidados a fim de acentuar e manter a cultura da empresa ativa, Milena afirma que isso pode ser tratado com simples ações, como por exemplo happy hour virtual, auxílio home office e kit de trabalho remoto. 


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