06/05/2024 às 18h01min - Atualizada em 06/05/2024 às 18h01min

BC deverá reduzir a taxa Selic em 0,50 p.p, mas a taxa ficará em 10% no fim de 2024, projeta Paraná Banco Investimentos

Taxa terá a última queda em junho, 0,25p.p. Fatores como taxa de juros nos EUA e piora do cenário fiscal brasileiro devem impactar na decisão.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne, na próxima terça-feira, 7 de maio, para decidir sobre a taxa Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, a taxa terá mais uma redução de 0,50 p.p., passando para 10,25%. Entretanto, essa deverá ser a penúltima queda, em junho a queda deve ser de 0,25 p.p. Diante desse cenário, 2024 terá a Selic de 10%.
 
Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, desde a última reunião do COPOM, o cenário externo sofreu forte deterioração. A realidade de redução de juros nos EUA passou de 3 cortes, sendo o primeiro em junho, para apenas 2 cortes, com início apenas em setembro. Isso porque tanto a inflação americana, quanto a atividade econômica, continuam resilientes. Sendo assim, juros altos nos EUA por mais tempo forçam as economias emergentes a pagarem um prêmio mais alto para atrair investidores.
 
No cenário interno, as perspectivas fiscais também se deterioraram com a revisão da meta fiscal dos próximos anos, onde o país só terá superávit primário a partir de 2026, pela projeção do Governo. Isso traz uma piora no endividamento do país, e quanto maior a dívida para um país emergente, maior é o prêmio a ser pago na taxa de juros para o Governo se financiar.
 
Em resumo, tanto o cenário externo, quanto o interno, impedem o país a projetar uma taxa de juros abaixo de 10%.
 
Sobre o IPCA, que vem apresentando desaceleração, Oliveira explica que ainda é cedo para comemorar. O último IPCA divulgado, referente a março, teve uma forte desaceleração para 0,16%, porém, muito impactado pela queda nas passagens aéreas e turismo, fatores sazonais neste período. Mesmo com queda nestes dois setores, a inflação de serviços ainda está acima de 5%. Se considerarmos que o real sofreu forte depreciação frente ao dólar nas últimas semanas, juntamente com o aumento de gastos do Governo, as pressões inflacionárias serão inevitáveis. Projetamos o IPCA em torno de 3,90% para 2024, acima do centro da meta do BC.
 
Em relação ao câmbio, o dólar deve terminar o ano de 2024 em torno de R$ 5,10, a depender muito da competitividade de investimentos no exterior. Se os juros americanos continuarem altos e as bolsas americanas continuarem subindo, teremos uma saída de investimentos do Brasil, que pressiona a nossa moeda.
 
Para os investidores, Oliveira diz que a renda fixa se tornou mais competitiva nas últimas semanas, sendo a melhor opção para quem quer bons retornos e menos risco, porém recomenda-se os papéis pós-fixados neste cenário de incerteza quando a Selic no longo prazo.
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