30/04/2024 às 17h27min - Atualizada em 30/04/2024 às 17h27min

A assistência da Terapia Ocupacional no enfrentamento do luto: reorganização do cotidiano após a morte de uma pessoa significativa

O luto é um dos campos de estudo da tanatologia, entendido como uma resposta natural e esperada ao rompimento de um relacionamento e referindo-se ao processo de superação de uma perda significativa. Consiste em um processo dinâmico, pessoal e multidimensional rodeado de intensa dor emocional e profunda tristeza. (SACILOTI; BOMBARDA, 2022).

Para falar em luto é fundamental falar sobre a morte e seus impactos, pois a forma como a morte é posicionada pelos sujeitos e pela sociedade influencia a formação de ideias pessoais e culturais. (CAVALCANTI et al., 2013).

Essa vivência pode gerar uma série de reações emocionais intensas, como tristeza profunda, raiva, culpa e até mesmo sintomas físicos como insônia e perda de apetite. O luto também pode interferir nas atividades diárias e no funcionamento geral da pessoa enlutada. (SILVA, 2022).
Além das reações emocionais diante da perda de uma pessoa significativa, é comum que ocorram mudanças emocionais no cotidiano do enlutado.

TERAPIA OCUPACIONAL E SUA ATUAÇÃO NO COTIDIANO

A abordagem da Terapia Ocupacional procura criar uma rotina que promova o bem-estar pessoal do sujeito, centrando-se nas atividades humanas. A prática clínica da Terapia Ocupacional é influenciada pela vida diária como uma construção individual no ambiente social, buscando formas de restabelecer um cotidiano possível após interrupções ou transformações violentas em vez de suprimi-lo. (BENETTON; TEDESCO; FERRARI[RG1] ).  Após a morte de uma pessoa significativa, há a necessidade de reorganização do cotidiano. A Terapia Ocupacional pode desempenhar um papel essencial nesse processo, auxiliando o enlutado a retomar suas atividades diárias e a encontrar novos significados para sua vida. Através do estabelecimento de rotinas diárias e da realização de atividades terapêuticas, a Terapia Ocupacional promove a reconstrução do cotidiano, contribuindo para a adaptação à nova realidade (DAHDAH, 2019).
 

ESTRATÉGIASTERAPÊUTICAS PARA O ENFRENTAMENTO DO LUTO.


A necessidade de um acompanhamento terapêutico contínuo no processo de enfrentamento do luto é essencial para auxiliar na adaptação às mudanças e na construção de um novo projeto de vida após a perda. O luto é um processo complexo e individual, que pode demandar tempo e suporte constante para que o enlutado consiga reconstruir sua rotina diária e encontrar novos significados para sua existência. Sacilotti e Bombarda (2022) colocam que a Terapia Ocupacional oferece um espaço seguro para o enlutado explorar suas emoções, desenvolver estratégias adaptativas e buscar novas formas de se engajar nas atividades.

Através da identificação e promoção das ocupações que são importantes para cada indivíduo enlutado, o Terapeuta Ocupacional busca resgatar o sentido e propósito na vida após a perda. Além disso, ao incentivar a participação em grupos de apoio ou outras atividades sociais, a Terapia Ocupacional visa fortalecer os laços sociais e proporcionar um ambiente de suporte emocional durante o processo de luto (BATISTA, 2017).
Sacilotti e Bombardi (2022) também apresentam que, no contexto do luto, a Terapia Ocupacional utiliza diversas atividades terapêuticas para auxiliar na expressão das emoções e na reconstrução da identidade após a perda. A arteterapia é uma prática amplamente utilizada nesse contexto, permitindo que o enlutado expresse seus sentimentos e pensamentos por meio da criação artística. A musicoterapia também desempenha um papel importante, utilizando a música como ferramenta para a expressão emocional e a promoção do bem-estar. Além disso, atividades de expressão corporal, como dança e teatro, podem ajudar na reconstrução da autoimagem e na retomada da confiança em si mesmo.
A participação ativa do enlutado no planejamento das atividades terapêuticas é essencial para garantir sua adesão ao tratamento. Respeitar suas preferências e limitações é essencial para criar um ambiente colaborativo e empoderado, onde o enlutado se sinta ouvido e valorizado.

Entretanto, Gelatti e Angeli (2019) destacam que é importante que essas atividades sejam adaptadas às necessidades individuais do enlutado, levando em consideração fatores como idade, cultura e contexto social.

Outro destaque é o trabalho em equipe multidisciplinar é essencial no acompanhamento da pessoa enlutada, e a Terapia Ocupacional desempenha um papel essencial nesse contexto. Atuando em conjunto com outros profissionais da saúde, como psicólogos e assistentes sociais, a Terapia Ocupacional oferece um cuidado integral e personalizado. Essa abordagem permite uma visão ampla das necessidades do enlutado, considerando aspectos físicos, emocionais e sociais. A troca de informações entre os profissionais possibilita uma intervenção mais efetiva e direcionada às demandas específicas de cada indivíduo (DAHDAH; BOMBARDA; FRIZZO, 2019).
 

 [RG1]Falta o ano dessa referência


Publicação das discentes do 8° semestre do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Sorocaba - UNISO
Aline Mendonça Batista
Cristina de Oliveira Barbosa
Vanessa Rocca

Professor Orientador
Prof. Me.Rafael Eras Garcia
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.