19/01/2024 às 15h42min - Atualizada em 19/01/2024 às 15h42min

COP28, DAVOS 2024 E A CRISE HÍDRICA NO BRASIL: UMA VISÃO UNIFICADA

Foto: Divulgação
A crise hídrica no Brasil é uma realidade alarmante que afeta milhões de pessoas. Nos últimos 30 anos, o Brasil perdeu 15% de seus recursos hídricos, o que equivale a quase o dobro da superfície de água de todo o Nordeste. A falta de chuvas, o desmatamento e a má gestão dos recursos hídricos têm levado a uma escassez de água em várias regiões do país. Essa crise não só afeta o abastecimento de água para consumo humano, mas também tem impactos significativos na agricultura, na produção de energia e na biodiversidade.

A CRISE HÍDRICA NO BRASIL
A crise hídrica no Brasil é um problema complexo que envolve uma série de fatores inter-relacionados. A falta de chuvas, muitas vezes agravada pelo fenômeno El Niño, é um dos principais fatores que contribuem para a escassez de água. Além disso, o desmatamento, especialmente na Amazônia, afeta o ciclo hidrológico e reduz a quantidade de água disponível. A má gestão dos recursos hídricos, incluindo a falta de infraestrutura adequada para o armazenamento e distribuição de água, também contribui para a crise.

A COP28 E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A COP28, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, é um fórum global que reúne líderes mundiais para discutir e tomar medidas sobre as mudanças climáticas. A crise hídrica no Brasil é um exemplo claro dos efeitos das mudanças climáticas e destaca a necessidade de ações urgentes. Durante a COP28, o Brasil e outros países tiveram a oportunidade de apresentar seus planos para lidar com as mudanças climáticas, incluindo estratégias para a gestão sustentável da água.

FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL DAVOS 2024
No Fórum Econômico Mundial em Davos 2024, a crise climática e a transição energética são os temas dominantes. Esses temas estão interligados e encabeçam os riscos e as preocupações apontados por especialistas. A crise climática pode causar 14,5 milhões de mortes até 2050, conforme revelado por uma análise do Fórum.

A crise hídrica também é uma preocupação global. A Organização Meteorológica Mundial alertou que uma crise global de água é iminente, pois enchentes, secas e outros perigos relacionados à água estão aumentando devido à mudança climática. Além disso, a crise hídrica na Amazônia pode ser pior em 2024, pois a previsão de chuva está abaixo da média e 2024 promete bater recorde de altas temperaturas, configurando uma seca ainda mais severa.

O USO CONSCIENTE DA ÁGUA
O uso consciente da água é uma parte crucial da solução para a crise hídrica. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na conservação da água. Isso inclui medidas simples, como fechar a torneira enquanto escova os dentes, até ações mais amplas, como a implementação de tecnologias de irrigação eficientes na agricultura. No entanto, é preocupante que quase 40% da água potável no Brasil seja desperdiçada, e os brasileiros utilizam 51% a mais de água do que a quantidade diária recomendada pela ONU.
 
Para melhor aproveitamento da água e evitar desperdícios, algumas práticas podem ser adotadas. Começando pelo banho, a redução do tempo de ducha para 5 minutos pode economizar aproximadamente 96 litros de água, considerando que um banho de 15 minutos gasta cerca de 240 litros. No que diz respeito à lavagem de roupas, utilizar a máquina na capacidade máxima é uma maneira eficiente de economizar água, já que uma máquina de 5 kg gasta 130 litros por lavagem.

A limpeza da calçada e do quintal também pode ser otimizada. Antes de usar água para finalizar a limpeza, é recomendável utilizar uma vassoura para remover folhas, poeira e sedimentos maiores. Da mesma forma, ao lavar o carro, o uso de um balde em vez de uma mangueira pode evitar o desperdício de até 300 litros de água a cada 10 minutos.

Na cozinha, uma prática simples, mas eficaz, é retirar os restos de comida antes de lavar a louça, evitando assim que a água fique correndo enquanto se ensaboa. Além disso, a reutilização da água, como a água da chuva coletada, pode ser usada para regar as plantas.

Por fim, é fundamental verificar regularmente a existência de vazamentos e consertá-los imediatamente para evitar o desperdício de água. Essas são apenas algumas das muitas maneiras de usar a água de forma mais consciente e eficiente.

Em resumo, a crise hídrica no Brasil, todos esses tópicos estão intrinsecamente ligados. Eles destacam a necessidade de ações sustentáveis e a importância de cada indivíduo, comunidade e país em contribuir para a solução. A água é um recurso precioso e é responsabilidade de todos nós protegê-la. A situação atual exige uma resposta global coordenada e ações locais imediatas para garantir um futuro sustentável para todos.

É importante ressaltar que a crise hídrica no Brasil não é um fenômeno isolado. Ela é parte de uma crise global de água que afeta muitas partes do mundo. Segundo a ONU, até 2050, até 5,7 bilhões de pessoas podem viver em áreas onde a água é escassa pelo menos um mês por ano. Isso destaca a urgência de ações globais para combater a crise hídrica.

A COP28 e o Fórum Econômico Mundial – Davos 2024 são plataformas importantes para a discussão dessas questões. No entanto, é crucial que as discussões se traduzam em ações concretas. A implementação de políticas de gestão da água, investimento em tecnologias de conservação da água e educação pública sobre o uso consciente da água são algumas das medidas que podem ser tomadas.

Finalmente, cada um de nós tem um papel a desempenhar na solução da crise hídrica. O uso consciente da água deve se tornar uma parte integrante de nossas vidas diárias. Isso não só ajudará a aliviar a crise hídrica, mas também contribuirá para a sustentabilidade de nosso planeta. Afinal, a água é a fonte da vida e devemos fazer tudo ao nosso alcance para protegê-la.

AUTORES

Cássio Eduardo Giroldo
Químico Industrial, MBA em Engenharia de Produção, Lean Six Sigma Master Black Belt. Atua como Gerente de Operações na indústria de selantes e adesivos, Bestseal. Com 20 anos de atuação, tem sólida experiência em segmentos da indústria química, alimentícia e farmoquímica em empresas multinacionais como Cargill, Nissin Foods, Roquette, atuando nas áreas de Qualidade e Melhoria Contínua. Hoje faz um amplo trabalho nas áreas de desenvolvimento e certificações de processos e atua em conjunto com grupos de trabalho em associações e institutos de normas técnicas.

Eric Sola da Silva
Engenheiro Industrial, MBA e Lean Six Sigma Black Beltpela Pennsylvania State University Atua como Engenheiro Sênior de Vendas na Lenovo, EUA. Com 25 anos de experiência em diversas indústrias e tendo trabalhado para empresas multinacionais como Flextronics e DSV Panalpina, ele possui ampla experiência na implementação de projetos e modelos de melhoria contínua, como Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing), Six Sigma e o Modelo Shingo. Atualmente, ele trabalha na divisão de Cloud Computing da Lenovo, na Carolina do Norte, EUA, implementando e aprimorando processos de vendas e Supply Chain.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.