15/11/2023 às 21h54min - Atualizada em 15/11/2023 às 21h54min

A necessária desconstrução do Bullying - O que está acontecendo em nossas escolas?

Psicóloga Elisangela Niná
Quando a gente fala em Bullying a gente deve pensar em sua estrutura cruel: agressões que ocorrem de maneira sucessiva, e podem ser tanto físicas quanto verbais.
 
Do inglês, bully significa agressor e também o verbo intimidar, e o seu derivado (bullying) pode ser definido como “comportamento agressivo”. 
 
No contexto verbal, pensamos em termos de ameaças, apelidos pejorativos, insultos, comentários ofensivos, atos de humilhação, tudo muito ruim, não é?
 
A primeira coisa que precisamos entender é que nosso cérebro é uma maquininha, então muito do nosso aprendizado ocorre por meio do Emparelhamento.
 
O que é este Emparelhamento? Vamos pensar assim. Se toda vez que você pisar, por exemplo, em uma “bolinha verde” você recebe uma paulada, o que acontece? O cérebro vai criar uma associação de que aquela bolinha verde representa dor.
 
Suponhamos que esta pessoa mude de contexto e em outro cenário esta pessoa enxergue a tal bolinha verde de longe, bem de longe... De qualquer forma, o cérebro vai começar a apitar automaticamente.
 
Quando digo “apitar” quero dizer que o organismo vai reagir acionando uma resposta de medo, com uma sudorese, taquicardia porque para a pessoa a bolinha representa violência e dor.
 
O que isso tem a ver com Bullying? Vamos então pensar que toda vez que essa criança ou jovem chegue à escola e sua resposta de medo está ativada, pois o cérebro tem uma resposta negativa de medo em relação àquela pessoas e àquele ambiente.  O nível de estresse fica alto.
 
A Escola então (nossa bolinha verde) passa a representar muita angústia. Imagine o grau de sofrimento psicológico que a gente submete esta pessoa e o quanto seu sistema fica fragilizado.
 
O Bullying é algo tão grave que alguns países estão adotando medidas legais para evitá-lo. No Brasil, há uma lei de combate ao Bullying.
 
Outra questão: o grande problema do Bullying são os espectadores, ou seja, ele ocorre porque existe um palco. Muitas crianças não denunciam porque têm medo de serem a “próxima vítima”, mas outras dão risadas, achando que é entretenimento sem consequências.
 
Então, acredito que Leis mais firmes e a Comunicação nas escolas, assim como Terapia e Grupos de Apoio  lançam luz sobre o assunto. A ideia é que as crianças não participem e que logo avisem um adulto para que os professores e pais consigam atuar de maneira mais funcional, combatendo essa prática tão cruel.  
 
 
Perfis da vítima e do agressor: Infelizmente, muitas crianças não chegam a verbalizar que estão sofrendo na escola e, assim, os pais não conseguem fazer nada para ajudá-las.
 
Isso acontece, pois boa parte das crianças que sofrem Bullying são crianças de perfil não-reativo, ou seja, ficam quietinhas, apenas suportando  -  e  acabam sendo alvo mais fácil das crianças que praticam Bullying.
 
Os motivos que ela não comunica a violência podem ser diversos. Devemos lançar um olhar também para a casa dessa criança,  se estes pai são mais agressivos, se não oferecem abertura ou estão passando por algum momento de dificuldade.  Mas em resumo e em geral a criança que sofre o Bullying é mais tímida e retraída.
 
Em contrapartida, a criança que pratica o Bullying geralmente está buscando popularidade, destaque, afirmação no grupo, obviamente por meios errados, justamente porque sua autoestima é  baixa.
 
Por meio do Bullying este jovem ou criança agressor acaba sentindo prazer e recompensa, fazendo com que ela queria perpetuar este movimento perverso.
 
Vamos desconstruir o Bullying juntos? Busque ajuda.
 
Psicóloga Elisangela Niná (CRP 120921/06) @psielisangelanina
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