22/09/2020 às 15h24min - Atualizada em 22/09/2020 às 15h33min

Bolsonaro declara na ONU que Brasil é 'vítima' de 'brutal campanha de desinformação'

A fala do presidente foi direcionada à Amazônia e ao Pantanal

- Foto: Reprodução / Internet
Fonte: Portal G1

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (22), através de discurso na Assembleia das Nações Unidas (ONU), que o Brasil é "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação a respeito da Amazônia e do Pantanal.

O discurso foi exibido por meio de um vídeo gravado. Por conta da pandemia de Covid-19, a reunião da ONU neste ano, baseada na sede da entidade em Nova York, foi virtual.

De acordo com informações do Portal G1, Bolsonaro também falou que:

  • A floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas
  • Os responsáveis pelas queimadas são 'índios' e 'caboclos'
  • O óleo derramado no litoral brasileiro em 2019 é venezuelano, foi vendido sem controle e chegou à costa após derramamento 'criminoso'
  • Orientações para as pessoas ficarem em casa na pandemia 'quase' levaram o país ao 'caos social'
  • O Brasil é um país cristão e conservador e a 'cristofobia' deve ser combatida

O presidente disse que o país possui a "melhor legislação" sobre o meio ambiente em todo o mundo e que o país respeita as regras de cuidado com a natureza.

Para ele, a riqueza da Amazônia gera as críticas que o país sofre no aspecto ambiental. Ainda segundo o Portal G1, Bolsonaro afirmou que entidades brasileiras e "impatrióticas" se unem a instituições internacionais para prejudicar o país.

"Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima, isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil", disse Bolsonaro no discurso.

A gestão ambiental do governo brasileiro é uma das principais razões de críticas que o país recebe de grupos internacionais. Desde 2019, entidades, países e personalidades contestam as políticas do Brasil voltadas ao meio ambiente. Países europeus indicam os desmatamentos no país como obstáculo para confirmação do acordo comercial Mercosul-União Europeia.

A fala de Bolsonaro ocorre em meio às intensas queimadas que assolaram o Pantanal nas últimas semanas. De acordo com o G1, o bioma teve em setembro o recorde histórico de focos de incêndio para o mês.

Na Amazônia, principal alvo de preocupação da comunidade internacional, os avisos de desmatamento elevaram-se 34% de agosto de 2019 a julho de 2020, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No discurso, o presidente declarou que a floresta amazônica é úmida. Deste modo, de acordo com ele, o fogo não se alastra pelo interior da mata. Conforme disse Bolsonaro, as queimadas ocorrem somente nas bordas da Amazônia e são causadas por "índios" e "caboclos".

"Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas. Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação", afirmou o presidente.

Já a respeito do Pantanal, Bolsonaro disse que as queimadas acontecem pelas altas temperaturas da região e a concentração de matéria orgânica no solo.

"O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição", argumentou Bolsonaro, dizendo ainda que sustenta uma postura de "tolerância zero com o crime ambiental".


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