11/11/2016 às 00h00min - Atualizada em 11/11/2016 às 00h00min

“Tão complexo e nem faz mal para a saúde?”

Fazer o ENEM dá aos estudantes altas doses de estresse

Raphaele Godinho Anselmo
Raphaele Godinho Anselmo

Você nasce. Cresce. Estuda. Estuda muito. Se tem uma coisa que você faz, essa coisa é estudar. Faz o ENEM. Se reproduz. E morre. Esse ciclo tão simples e conhecido é algo comum na cultura brasileira, os alunos, em sua grande maioria, se preparam a vida toda para o Exame Nacional do Ensino Médio, noites sem dormir, diversos simulados...aquela coisa toda, mas até onde todo esse esforço é algo normal?

É fato. O ENEM revolucionou a educação e a sociedade brasileira, é incrivelmente positivo, porém pode ser muito mais positivo caso seja reformulado. Não estou falando de deixar a coisa toda no nível fácil do jogo da velha, mas de olhar para os concorrentes como pessoas, e não ciborgues russos altamente treinados para disparar fórmulas de Newton e adenina no caderno de respostas.  

Fazer o ENEM dá aos estudantes altas doses de estresse, afinal de contas TUDO está em jogo ali. Sua vida, seu futuro, o amor dos seus pais que querem que você seja rico, a sua futura família, o porshe que você tanto queria comprar e até aquela viagem para a Guatemala... Além disso, as provas são feitas em cinco exaustivas horas, e de acordo com a professora da Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo, Carla Tieppo, o cérebro humano só pode se focar em um mesmo assunto (no caso, uma mesma prova) por 50 a 60 minutos. E ainda tem mais por aí! Ao fazer a prova o aluno perde completamente a noção de tempo, passei pela experiência e, assumo, eu quase desmaiei.

O ENEM não deve deixar de existir, não deve ser mais dificultado, mas deve ser elaborado de algum jeito mais saudável, caso contrário, não deveremos mais formar estudantes, mas sim robôs no nível Exterminador do Futuro.

 

*A jovem Raphaele Godinho Anselmo, de 16 anos, foi a candidata mais votada no Estado de São Paulo para o programa Parlamentar Juvenil do Mercosul e deve irá representar a região nesta iniciativa do Ministério da Educação (MEC).


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