Reportagem do jornal Folha de S. Paulo cita que em reunião com a equipe econômica, a cúpula do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) se comprometeu em apoiar o pacote de ajuste fiscal do governo, que altera as legislações trabalhista e previdenciária.
Segundo a Folha, os peemedebistas aproveitaram a presença do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para reclamar da falta de espaço para influenciar nas descisões políticas do governo Dilma Rousseff. Eles alegaram que a legenda só é chamada de última hora para apagar incêndios. As críticas foram disparadas principalmente pelos senadores do partido.
Mercadante, então, fez uma espécie de mea culpa e reconheceu que é preciso repensar a coalizão.
O Planalto pretende preservar a essência do pacote que muda as regras para concessão de seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte e seguro-defeso para pescadores artesanais. A economia prevista com a medida é de R$18 bilhões neste ano.
A reunião aconteceu no Palácio do Jaburu (residência do vice-presidente Michel Temer) e contou com a presença dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central), dos sete ministros do PMDB, dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), além de líderes do partido.
A equipe econômica passou mais de quatro horas tratando do pacote. Os ministros fizeram uma apresentação e depois abriram para as perguntas dos peemedebistas.
Ainda segundo a reportagem da Folha, Levy saiu em defesa do ajuste alegando que a economia brasileira precisa de uma correção de rumo, diante dos problemas nas contas públicas e no desgaste da credibilidade do país. Ele argumentou também que o cenário internacional mostra que países que não passaram por adequações semelhantes foram levados a crises.
O presidente da Câmara afirmou a Folha que "o governo vai contar com a boa vontade do PDMB", mas que haverá uma discussão política.