12/03/2024 às 14h25min - Atualizada em 12/03/2024 às 14h25min

Família de jovem que morreu após complicações no parto denuncia possível negligência médica

O corpo de Gabriely Gonçalves da Costa foi sepultado na manhã desta terça-feira (12)

Foto: Reprodução / Facebook
A família de Gabriely Gonçalves da Costa – jovem de 22 anos que faleceu no Hospital Unimed de São Roque após enfrentar complicações no parto de sua filha – abriu um boletim de ocorrência nesta segunda-feira (11) na Delegacia de Polícia da cidade para que a causa da morte de Gabriely seja apurada, pois familiares suspeitam que ela tenha sido vítima de negligência médica.

O documento emitido pelo Plantão Policial conta que, na manhã do último domingo (10), o companheiro de Gabriely, Thales Bueno, conduziu a jovem até o hospital e a internação dela foi feita às 08h15 por uma médica que já acompanhava a gestante previamente em seu pré-natal.

Sendo assim, a profissional já teria dado início ao procedimento de indução do parto até às 11h00, sob monitoramento eletrônico, e neste horário aproximado, a jovem teria entrado em trabalho de parto e sido examinada pela médica.

Os familiares de Gabriely afirmam que, na sequência, a profissional saiu para almoçar e retornou às 13h30, sendo que no período de ausência da médica, a gestante teria ficado sem assistência médica ou da enfermagem.

Segundo o BO, a bolsa se rompeu às 13h36 e, através de um exame, a médica constatou a presença de mecônio no líquido amniótico, mas ela teria dado continuidade à indução para parto normal.

Assim que esperaram pela dilatação propícia até às 15h00, Gabriely foi examinada novamente pela profissional, que constatou que o bebê estava com batimentos cardíacos condizentes com esta modalidade e conduziu a gestante ao Centro Cirúrgico.

A criança então nasceu às 15h10, sem acompanhamento de anestesista, porque de acordo com a família, ele teria se atrasado para o parto. “Foram necessários procedimentos de reanimação, pois o bebê não conseguia respirar. Assim, a criança ficou 15 minutos sem respirar e, após esse tempo, foi encaminhada à UTI Neonatal e passou a respirar por aparelhos”, relatou no boletim de ocorrência Thales Bueno, companheiro de Gabriely e pai do bebê.

No documento ainda diz que, 10 minutos depois, a jovem de 22 anos estava lúcida e foi encaminhada ao quarto, mas após 20 minutos, ela começou a apresentar palidez extrema e então pediu para que a enfermagem do hospital a examinasse, mas foi atendida somente às 17h19 por médicos, que retiraram Gabriely do quarto e a conduziram de volta cerca de 20 minutos depois.

Thales conta que outros quatro médicos estiveram no quarto alternadamente para examinar sua esposa, assim como uma equipe de enfermagem. Ele declara que em todo momento questionava o sangramento excessivo em Gabriely e os profissionais respondiam que isso era algo comum após procedimento de parto normal, mas informaram que teriam realizado um exame na placenta e dado ponto no útero da jovem.

“Às 17h40min a vítima estava no soro com medicação quando a médica informou que iria ministrar uma bolsa de sangue, e que foram ministradas três bolsas de sangue no total. Declarante informa que entre 19h40min e 20h00min, o médico informou que ela não corria riscos de vida e a vítima foi reconduzida ao Centro Cirúrgico para realização de ‘curetagem’, e não mais retornou”, afirma o documento.

O companheiro da jovem declara que ficou na porta do Centro Cirúrgico sem nenhuma informação até às 23h20, quando uma médica de meia idade lhe falou que o óbito de Gabriely poderia ter sido em consequência de perfuração de útero. “Em nenhum momento o hospital se manifestou sobre a questão e somente orientou familiares para que retornassem ao hospital no dia seguinte para liberação do corpo”, continuou Thales.

O Jornal da Economia cobrou um posicionamento do Hospital Unimed de São Roque que, em resposta, informou que o caso ainda está sendo averiguado e disse que prefere não se pronunciar.

O corpo de Gabriely Gonçalves da Costa passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba, que devem ficar prontos em 30 dias, e foi sepultado na manhã desta terça-feira (12), em São Roque.

A jovem era muito conhecida na cidade e trabalhava como professora na Maple Bear São Roque. A escola publicou uma nota de pesar nas redes sociais, lamentando a morte de Gabriely. “Este momento é de imensa tristeza para toda a comunidade escolar. Gaby era mais do que uma colega; era uma amiga e um membro valioso da nossa equipe. Sua dedicação, paixão e gentileza deixaram uma marca indelével em todos nós”, disse o perfil.

A administração da Maple Bear também pediu orações para a recuperação da filha de Gabriely, a pequena Sophia, que no momento permanece na UTI.

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