04/03/2024 às 14h00min - Atualizada em 04/03/2024 às 14h00min

Família de jovem que morreu na Santa Casa reclama de mau atendimento

Certidão de óbito diz que a causa da morte de Rômulo Ferraz foram “outros transtornos do equilíbrio hidroeletrolítico e pancreatite aguda grave agudizada por álcool”, mas Djalma Ferraz e Valdereis Dias de Oliveira, pais do jovem, garantem que a motivação para ele ir até o hospital foram fortes dores no abdômen causadas por uma hérnia

Por Ana Laura Gonzalez
Foto: Arquivo Pessoal

Após o Jornal da Economia solicitar atualizações referentes ao processo de sindicância responsável por apurar a morte de Rômulo Dias de Oliveira Ferraz, rapaz de 26 anos que faleceu na madrugada do dia 06 de fevereiro na Santa Casa de São Roque, o Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM), organização social que administra o hospital, informou que sindicância interna para investigar minuciosamente todos os aspectos relacionados ao atendimento do jovem ainda não foi concluída.


A certidão de óbito diz que a causa da morte de Rômulo Ferraz foram “outros transtornos do equilíbrio hidroeletrolítico e pancreatite aguda grave agudizada por álcool”, mas Djalma Ferraz e Valdereis Dias de Oliveirapais do jovem, garantem que a motivação para ele ir até o hospital foram fortes dores no abdômen causadas por uma hérnia.


“A partir do primeiro atendimento, eles davam medicação e falavam para ele voltar para casa, mesmo sabendo do problema. Chegaram a fazer um exame de sangue, mas só foram sugerir a internação dele no último dia”, relataram Djalma e Valdereis.


Em uma matéria anterior, a OS havia destacado a esta reportagem que “o paciente deu entrada no pronto-socorro da unidade em 24 de janeiro, recebendo todo o suporte necessário ao seu caso” e que a família de Rômulo “recebeu apoio e acolhimento imediato por parte da equipe multidisciplinar da unidade”.


Entretanto, os familiares contestam a declaração, reclamando do mau atendimento direcionado ao jovem e da falta de organização no hospital. “Que suporte? O descaso, a indiferença, uma medicação para mascarar a dor e mandar para casa como se estivesse tudo bem? Essa Santa Casa é uma vergonha. Nojenta, suja e desumana!!! A família recebeu acolhimento? Qual acolhimento, Santa Casa? Vocês não avisaram nem a família sobre a morte e tiveram coragem de perguntar se tínhamos certeza que ele estava internado , disse a noiva do jovem.


Durante a 1ª Sessão Ordinária do ano na Câmara Municipal, o vereador Cabo Jean comentou a respeito do caso e convidou outros representantes da Casa de Leis para que, em conjunto, possam abrir uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) a fim de apurar falecimentos que vêm ocorrendo dentro da Santa Casa.


No dia 04 de fevereiro, esse jovem foi até o hospital já pela segunda vez. Reclamando de fortes dores no abdômen e vomitando, ele passou [na Santa Casa] tanto de manhã quanto no final do dia, tomou medicações e foi liberado para ir embora. Aí o rapaz voltou no dia 05, quando resolveram colocá-lo em observação no Pronto Atendimento. Depois da observação, a situação parece que se agravou, dali foi para a UTI e, da UTI, infelizmente veio a óbito”, relatou o parlamentar.


Em seguida, o vereador ainda fez críticas à gestão do CEJAM, pontuando que casos como este têm se tornado cada vez mais frequentes no hospital. “A pessoa é simplesmente colocada em observação, não passa por nenhum tipo de internação. Muito provavelmente um ou outro exame possa ter sido feito, mas como alguém não tem nada e no outro dia está em óbito? Eu não consigo entender. A população vem aqui e passa por essa porcaria de gestão do CEJAM, porque lá em novembro quem não se recorda do caso do Matheus, de 22 anos? Agora mais um jovem perde a vida pela falta de atitude e atenção devida dessa administração”, afirmou ele.


Matheus Leocádio

O jovem Matheus Leocádio, de 22 anos, morreu no dia 18 de novembro, após pouco mais de três dias internado na Santa Casa de São Roque e uma semana de idas e vindas do hospital, sem qualquer diagnóstico para o seu caso. A causa do falecimento de Matheus foi leptospirose, doença causada pela urina do rato que, quando tratada a tempo, pode ser curada.


Na época, a Prefeitura Municipal informou à imprensa que abriu um procedimento administrativo para apurar o atendimento da Santa Casa. O Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM), organização social que administra o hospital, também abriu um procedimento técnico administrativo visando apurar o caso.


Nesta semana, o JE ainda questionou a OS sobre a possibilidade de atualizações no procedimento em questão e, em resposta, o Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" afirmou que, quanto ao caso do Matheus, a sindicância foi finalizada e os resultados encaminhados aos órgãos de regulação e às autoridades competentes.


A Instituição reafirma o seu compromisso com a qualidade de seus serviços e melhores práticas assistenciais à população de São Roque e região e segue à disposição para quaisquer esclarecimentos”, ressaltou o CEJAM.


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