Em entrevista ao jornalista Carlos Mello, o professor Ricardo Rios explicou o que é Holding Familiar, uma forma de planejamento sucessório que tem tido grande procura nos últimos anos.
Logo no início do bate-papo informal, o professor detalha que Holding Familiar é um planejamento sucessório tributário, que foi criado derivado das holdings. “Holding é uma expressão que grandes corporações usavam para controlar a empresa e designar justamente empresas que controlam empresas, mas nos últimos 25 anos foi criada uma variação com cunho sucessório. Se holding serve para administrar outras empresas, por que não também servir para o controle do patrimônio pessoal? E aí foi desenvolvida uma modalidade onde se protege o patrimônio pessoal por meio de uma empresa e se faz a doação para os filhos, com usufruto vitalício para o patriarca, a matriarca ou ambos”, afirmou ele.
Ricardo Rios ainda esclareceu que, desta forma, a pessoa elimina qualquer outro tipo de processo sucessório, como por exemplo o inventário. “Isso facilita, dá agilidade e gera uma economia tributária muito grande nesse processo de sucessão. Durante muitos anos as pessoas até ouviam falar sobre a Holding Familiar, mas não conseguiam compreender bem o intuito dela, para que ela servia, então até pouco tempo atrás não era tão procurada. Nos últimos anos, da pandemia para cá, a procura tem sido bem grande, inclusive até por indicação de gerentes de banco, que já conhecem muito bem essa modalidade e que acabam comentando sobre, com o intuito da proteção de patrimônio”, continuou.
De acordo com o professor, essa procura se intensificou muito. “Posso dizer que eu faço isso há 13 anos e já estou chegando perto de 50 holdings feitas nesse período, mas a grande maioria foi de 2019 para cá”, garantiu Rios.
Principais dúvidas Ricardo Rios comentou que a principal dúvida das pessoas sobre o assunto é elas conseguirem entender o propósito da holding. “Quando as pessoas ouvem falar, a primeira ideia é que isso ‘é coisa para gente que tem muito dinheiro, para empresários muito grandes ou custa muito caro fazer’. Não é isso. Você pode fazer uma holding com um único imóvel que você tenha. Não existe um limite. É lógico que a gente faz um estudo para ver se compensa você fazer a holding ou não”.
No entanto, as grandes vantagens de se fazer uma holding familiar é a gestão dos imóveis, podendo continuar a ter livre acesso aos bens, comprando e vendendo sem a autorização dos filhos.
“A gente coloca tudo isso nas minutas da holding nessas condições. E também a economia tributária, porque hoje você tem um custo muito alto com sucessão em termos de um inventário. E geralmente com as holdings, ao fazer esse planejamento, você tem uma economia que pode chegar de cinco a 10 vezes o valor de um inventário. Isso tudo eu comprovo antes mesmo de fazer todo o processo”, finalizou o professor.
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Foto: Carlos Mello
