19/01/2024 às 16h15min - Atualizada em 19/01/2024 às 16h15min

Como trazer a evolução para nossa cidade de forma sustentável?

Foto: Divulgação
Por Wanderlei Divino Antunes

A expansão de condomínios residenciais horizontais, como observada em São Roque, reflete uma tendência urbana que abrange múltiplas dimensões, incluindo a transformação do espaço urbano, impactos no planejamento urbano e implicações sociais e ambientais.
 
Os condomínios residenciais horizontais geralmente ocupam grandes extensões de terra e são caracterizados por uma densidade residencial muito baixa. Eles introduzem novos ideais de bem viver, incorporando elementos sofisticados de segurança e infraestrutura privada. Essa forma de produção imobiliária tem se proliferado e diversificado, gerando questionamentos sobre a privatização do espaço urbano, a indiferença às leis existentes e a falta de integração ao planejamento e construção das cidades onde se implantam. Os motivos para esse crescimento nas cidades brasileiras são complexos e incluem impactos formais no espaço urbano, na arquitetura, na infraestrutura e nos serviços públicos, além de questões legais, sociais e mercadológicas.
 
São Roque, ao se posicionar como uma cidade turística, enfrenta um dilema comum a muitos destinos similares: a dificuldade de desenvolver sua indústria. O turismo, apesar de ser uma fonte vital de receita, pode ser sazonal e instável, dependendo de fatores externos como a economia e as tendências de viagem. Essa instabilidade pode tornar a cidade vulnerável a flutuações econômicas.
 
Diante das limitações para o crescimento industrial, São Roque parece ter encontrado na expansão de condomínios residenciais uma alternativa para aumentar sua base de arrecadação de impostos. Ao atrair mais moradores, a cidade expande sua receita de impostos sobre a propriedade e consumo, o que pode proporcionar uma fonte de renda mais estável e previsível do que o turismo.
 
Por um lado, os condomínios horizontais modernos podem apresentar práticas sustentáveis, como reciclagem de resíduos, uso de energia renovável, plantio de árvores, hortas coletivas e ações para economizar água. Eles promovem um convívio social mais próximo e oferecem um ambiente mais seguro e tranquilo. No entanto, esses empreendimentos também podem levar a desafios significativos em termos de planejamento urbano, como a ocupação de grandes áreas e a introdução de infraestruturas privadas, que podem afetar a dinâmica e a organização do espaço urbano. Vale ressaltar as iniciativas delineadas no Plano Diretor do município de São Roque em 2023. Dentro de seu escopo, estava prevista a alteração da cobertura florestal em áreas preservadas, objetivando a criação de novos espaços residenciais.
 
Além dos condomínios horizontais, há também uma tendência de retorno às vilas urbanas. Estas vilas ou condomínios horizontais compactos, mais urbanizados e localizados em regiões mais centrais, fornecem uma densidade populacional maior em um espaço reduzido. Esses desenvolvimentos apresentam desafios únicos de sustentabilidade, especialmente considerando as restrições de altura impostas pela cidade. Nestes ambientes, a densidade populacional é maior em espaços menores, o que exige soluções inovadoras para gerenciamento de recursos e espaços verdes.
 
Diante desse contexto, São Roque e outras cidades enfrentam o desafio de equilibrar a expansão residencial com as necessidades de planejamento urbano sustentável, considerando os impactos sociais, econômicos e ambientais desses empreendimentos.
 
Mas afinal, como equilibrar a evolução com sustentabilidade?
Para assegurar a sustentabilidade de São Roque frente à expansão de condomínios residenciais, é crucial adotar um planejamento urbano que harmonize residência, turismo e comércio. Este planejamento deverá focar na preservação das características naturais e culturais que tornam a cidade um destino turístico atrativo, enquanto acomoda o crescimento populacional. Práticas de construção sustentável devem ser incentivadas, incluindo sistemas de energia renovável, reciclagem e conservação de água, além de promover espaços verdes e a preservação de áreas naturais.
 
Além disso, a participação ativa da comunidade nas decisões de planejamento e desenvolvimento de projetos sustentáveis fortaleceria a coesão social e garantiria que as políticas reflitam as necessidades locais. Por fim, investir em turismo sustentável, apoiando negócios locais e incentivando práticas ambientalmente responsáveis, ajudará São Roque a manter seu apelo como destino turístico, ao mesmo tempo em que se desenvolve de maneira equilibrada e sustentável.


Wanderlei Divino Antunes entre outros, é: Contador (CRC 000191161/O-5), Jornalista (MTb Nº 0085052/SP), Graduando em Gestão Pública, empresário, síndico e administrador de empresas.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Comentar

*Ao utilizar o sistema de comentários você está de acordo com a POLÍTICA DE PRIVACIDADE do site https://jeonline.com.br/.