O pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 291 bilhões na economia brasileira, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Este ano, quase 88 milhões de brasileiros vão receber o valor extra.
Seja para pagar contas ou garantir os presentes de Natal, cada pessoa que trabalha no mercado formal tem os próprios planos para o que fazer com o 13º salário. Para alguns pais, esse rendimento adicional ganha mais uma opção de uso: adiantar a compra do material escolar dos filhos para o ano que vem.
Utilizar o rendimento para adquirir itens escolares para a filha sempre esteve entre as prioridades de Lilyan Godoi. A supervisora de logística espera receber a primeira parcela do 13º salário para adiantar a compra do material, algo que muitos pais deixam para fazer só em janeiro. “Eu espero o pagamento e já solicito à escola o envio da lista dos materiais”, conta.
Lilyan considera vantajosa essa antecipação da compra do material escolar, primeiro, por conta do alívio que isso traz aos gastos de início de ano, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). “Antecipar a compra do material representa uma conta a menos para janeiro”, argumenta a supervisora.
Para a mãe de Maria Eduarda, de 11 anos, utilizar o 13º salário para essa finalidade também a faz evitar correria. “É mais calmo nessa época, porque as pessoas deixam quase tudo para a última hora. Fazendo isso, eu tenho tempo de colocar nome nos materiais e enviar tudo o que a escola precisa na data certa. É algo a menos para me preocupar. Enquanto todo mundo corre, eu estou tranquila” diz Lilyan.
Economia
A supervisora de logística enxerga, ainda, uma vantagem para o bolso nessa antecipação proporcionada pelo rendimento adicional. “Os preços estão melhores agora, sai muito mais barato. Então, cai a primeira parcela do 13º, eu já invisto no material escolar. Compro tudo, deixo separado e pronto”, frisa.
Célio Júnior, gerente da Papelaria e Livraria Pedagógica confirma esse benefício. “Além de pegarem o movimento mais tranquilo, os pais que antecipam as compras do material escolar encontram os preços aplicados nos produtos que estão em estoque. Em janeiro novos preços são gerados, frutos de outra negociação com os fornecedores”, explica.
O gerente percebe que o número de pais que utilizam o 13º salário para comprar os itens escolares tem aumentado. “Há quem prefira adiantar a compra de mochilas, lancheiras, estojos e outros produtos de maior valor agregado, deixando o mais básico para janeiro e dividindo a lista de material em duas compras”, finaliza.
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