Uma reportagem da edição impressa do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira, dia 04, conta que a presidente Dilma Rousseff decidiu trocar o comando da Petrobras e acertou com a chefe da estatal, Graça Foster, a demissão de toda a diretoria da empresa.
A falta de um sucessor para a presidência da petroleira é o principal motivo pelo qual a mudança ainda não aconteceu, segundo a Folha.
Dilma e Graça se reuniram na última terça-feira, dia 3, em Brasília. No encontro ficou acertado um cronograma para que as saídas ocorram até o final deste mês.
De acordo com a reportagem, enquanto a atual presidente tenta encontrar novos nomes, Graça buscará concluir neste período o cálculo do impacto dos desvios de recursos investigados na Operação Lava Jato. Essa é uma exigência para que o balanço da companhia seja finalmente auditado.
O Planalto negou que a saída de Graça tenha sido acertada durante o encontro desta semana. "O que posso dizer é que essa questão não foi decidida na reunião entre ela [Dilma] e Graça Foster", afirmou o ministro Thomas Traumann (Comunicação Social).
Ainda segundo a reportagem da Folha, o Palácio do Planalto procura um nome de fora da companhia, de preferência do mercado, que dê um choque de credibilidade à empresa, mas tem enfrentado dificuldades para encontrar um executivo que se disponha a assumir o controle da estatal em meio ao maior escândalo de corrupção de sua história.
Na sexta, dia 30 de janeiro, a Folha afirma que Graça Foster reclamou com a presidente sobre a pressão que vem sofrendo e colocou, novamente, seu cargo à disposição.
Ao contrário das negativas anteriores, desta vez Dilma concordou com a saída da auxilias, de quem é amiga. A posição da presidente só mudou depois que o Conselho de Administração da empresa divulgou, na semana passada, uma baixa em seus ativos na ordem de R$ 88 bilhões, fruto de desvios e ineficiência na execução de projetos.
Esses números, segundo a Folha, ficaram de fora do balanço não auditado referente ao terceiro trimestre de 2014, mas enfureceu Dilma, que considerou a conta descabida e superestimada. Para ela, conforme definiram assessores, a sua mera divulgação foi um "tiro no pé".
Na opinião de ministros, a chefe da empresa jamais poderia ter deixado que os consultores contratados para fazer o cálculo chegassem a um número tão alto sem contestação da metodologia.
O episódio acabou deteriorando ainda mais a situação financeira da Petrobras, que perdeu quase 3/4 de seu valor de mercado nos últimos anos devido à política de investimentos considerada inflada e à corrupção.
Dilma deflagrou no fim da semana passada, como revelou a coluna Painel da Folha de S.Paulo, o processo de escolha de possíveis substitutos para o comando da Petrobras. A operação ficou a cargo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Nesta sexta-feira, dia 06, o ex-presidente Lula deve sugerir à sua sucessora o nome de Henrique Meirelles para a vaga. Haverá um encontro entre ele e Dilma se encontrarão no evento de comemoração dos 35 anos do PT, em Belo Horizonte. A Folha afirma na reportagem que assessores presidenciais ponderam que a presidente não simpatiza com Meirelles.
Outro que está no radar de auxiliares presidenciais é Murilo Ferreira, da Vale.