05/04/2022 às 11h38min - Atualizada em 05/04/2022 às 11h39min

Aplicativo facilita vida de quem busca energia solar

A energia solar fotovoltaica cresceu 14,4% no Brasil neste primeiro trimestre. Como se sabe, além de representar uma economia exponencial nas contas de luz – hoje na estratosférica bandeira de escassez hídrica – pode também se transformar em um negócio sem precedentes.

É o que avistou durante a pandemia o advogado Marcus Siqueira, ao ver a conta de luz de sua casa, em Niterói (RJ), baixar de R$1,7 mil para R$ 169,50.

Começou então a pensar em como a fonte limpa de energia poderia também ser transformada em um negócio ‘do bem’, com seu potencial de contribuir  para ajudar a reduzir as mudanças climáticas.

 O primeiro passo foi criar a startup Fazenda de Unicórnios, em 2021, junto com Roberto Figueiredo, engenheiro e analista de sistemas.

O sugestivo nome – como se sabe, um unicórnio são as empresas com valor de mais de US$ 1 bilhão – já dá a dimensão das pretensões do advogado. E a iniciativa inaugural da startup foi criar o aplicativo Usina Solar Fácil.

É o tipo do app que atinge em cheio os que não aguentam mais pagar as altas contas de luz e se preocupam com o Meio Ambiente.

O nome já diz tudo. Após se cadastrar e fornecer o CEP, com apenas um clique os usuários são informados dos detalhes sobre sua geolocalização e de todos os equipamentos necessários para instalar a sua própria usina solar fotovoltaica.

 Seja em casa, na empresa ou indústria. Além de receberem todos os dados necessários ao projeto, o app inclui estimativas de qual será seu custo final.

Com um investimento de R$ 500 mil, o diferencial do aplicativo é não direcionar as escolhas a fornecedores ou a alguma instituição, o que amplia sua credibilidade e isenção.

Futuro mais limpo

Siqueira vê um futuro mais limpo com a nova fonte. “A troca da energia elétrica pela solar vai poupar inúmeras árvores e reduzir o lançamento de CO2 na atmosfera, contribuindo para a redução do aquecimento global”, acredita.

Para ele, a drástica redução de custos da energia solar também poderá contribuir para reduzir os altos preços do fornecimento de energia elétrica das redes convencionais.

Siqueira já começou a construir duas usinas solares fotovoltaicas, a Pedra I e Pedra II, numa área de 448m2 no bairro Vila Progresso, em Niterói. Tão altas que de lá dá para avistar o Corcovado.

A previsão é Pedra I entrar em funcionamento no fim deste mês, e Pedra II, no fim de maio. Cada uma delas vai produzir 87,30 Wp/mês (Watt-pico é a unidade de potência criada especialmente para medição em painéis fotovoltaicos). A energia elétrica das duas usinas já está vendida.

O advogado pretende multiplicar a oferta de usinas como essas em Niterói, na medida em que conseguir conquistar financiamentos. Por enquanto, ele foca nos resultados do aplicativo para recuperar os recursos já investidos, através dos anunciantes.

Matriz cresce 14,4% no primeiro trimestre

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada desta mesma fonte chegou a 5.114 GW (gigawatts) neste primeiro trimestre. Isto corresponde a um crescimento de 14,4% em relação aos 4.470 GW do fim de 2019.

As usinas de grande porte concentram 55% da energia gerada, ou 2.687 GW. Os 2.427 GW restantes se dividem entre os mais de 208 mil sistemas de mini ou micro geração.

Ainda sem refletir os impactos da pandemia do coronavírus no setor, só o segmento residencial cresceu 21%.

E, conforme a Absolar, a fonte solar corresponde a 1,5% da matriz elétrica brasileira, se consideradas as usinas de grande porte. Para termos de comparação, as usinas nucleares representam 1,1%,  o carvão 2%, a biomassa 8,3%, a eólica (8,5%) e a hídrica, 60%.

O Brasil passará a ostentar ainda a primeira favela totalmente abastecida por energia solar, a Marte, em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. O projeto é da ONG Gerando Falcões, do visionário Edu Lyra, nascido e criado em favela. Seu compromisso é transformar a pobreza das comunidades em peça de museu.

 


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