01/04/2022 às 10h30min - Atualizada em 31/03/2022 às 22h59min

SESI São Roque entrega dispositivo inovador para estudante cego de 16 anos

A entrega foi realizada nas dependências da escola na última quarta-feira (30)

- Fotos: Ana Laura Gonzalez
Da Redação: Ana Laura Gonzalez

O estudante cego Luis Felipe da Silva Cavalcanti, de 16 anos, recebeu do SESI São Roque o equipamento OrCam MyEye, na manhã da última quarta-feira (30). De acordo com a direção da escola, o aparelho oferece independência à pessoa cega, promovendo maior inclusão na vida social, estudantil e profissional.

A entrega do dispositivo foi realizada nas dependências da escola e acompanhada por alunos, funcionários do SESI, pela imprensa local, além dos pais de Luis Felipe, que se emocionaram ao saber que o filho é dono do aparelho e poderá usá-lo fora do ambiente escolar. “Estamos muito contentes, porque agora ele vai poder ler livros. Como o Luis não enxerga, não tinha como ler e era eu quem fazia isso para ele, então isso [o dispositivo] vai proporcionar com mais facilidade tudo o que meu filho mais gosta”, disse a mãe do estudante, Veronice Cavalcanti.

O Jornal da Economia esteve presente na ocasião e conversou com o jovem, que explicou que já conhecia e usava o facilitador durante tratamento no Hospital Oftalmológico de Sorocaba. “Receber este aparelho foi muito alegre para mim, porque eu não sabia que isso ia acontecer, então agora poderei pegar livros aqui na biblioteca do SESI, levar para casa e, quando eu tiver um tempo livre vou ler muitos, além de possibilitar outras coisas que eu gosto, como jogar videogame, mexer no celular, notebook e jogar xadrez. A OrCam eu já usava no BOS (Banco de Olhos de Sorocaba) e agora vai ser uma alegria enorme, porque eu vou ter uma exclusiva para mim”, celebrou Luis Felipe da Silva Cavalcanti.

O aparelho trata-se de uma câmera intuitiva acoplada à armação dos óculos do usuário que fotografa, escaneia e transforma textos de qualquer superfície em áudio, além de reconhecer rostos e produtos.

Outro diferencial é que a câmera consegue ainda identificar cores e tonalidades, reconhecer pessoas e gêneros, rostos, informar a data e hora com um simples gesto de girar o pulso, além de reconhecer cédulas de dinheiro (reais e dólares) e identificar produtos pelo código de barras. Após o reconhecimento, retransmite a informação discretamente no ouvido do usuário.

Os Fundadores

A OrCam foi fundada conjuntamente por Amnon Shashua, professor da Universidade de Jerusalém e pelo empreendedor Ziv Aviram, atual CEO da empresa. Em 1999, eles idealizaram um carro autônomo, que não causasse acidentes e garantisse segurança ao volante ao criarem a startup Mobileye. Referência no universo da inteligência artificial, a startup foi vendida no início de 2017 por 15,3 bilhões de dólares para a INTEL, valor mais alto já pago na história israelense para uma empresa de tecnologia.

Durante suas pesquisas, os sócios conseguiram desenvolver um algoritmo que possibilita a detecção de objetos no campo da visão de uma câmera. Em 2010, a tecnologia de inteligência artificial criada por eles foi aplicada para humanos com a criação da startup OrCam. A missão da OrCam é aproveitar o poder da visão artificial e da tecnologia vestível para ajudar pessoas com deficiência visual.


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