12/09/2014 às 09h49min - Atualizada em 12/09/2014 às 09h49min

Começa auditoria na Santa Casa de Misericórdia

Da Redação - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação - Foto: Rafael Barbosa

Começaram, nesta semana, os trabalhos de auditoria na Santa Casa de São Roque. A ação envolve áreas financeira, contábil e fiscal dos anos 2010 a 2014 e segundo o prefeito Daniel de Oliveira Costa, a iniciativa já estava prevista no decreto de intervenção, assinado por ele em julho deste ano, com o objetivo de esclarecer os indícios de irregularidades.

Segundo Daniel, a intervenção foi necessária por conta dos indícios de irregularidade e pelo fato da Santa Casa não ter feito a prestação de contas adequadamente do repasse de verba que a Prefeitura vinha fazendo mensalmente à instituição. “Sempre buscamos agir com equilíbrio e responsabilidade, mas, com os dois fatos, tínhamos a obrigação de adotar medidas severas, sem que a intervenção tenha qualquer caráter pessoal ou de perseguição a quem que seja e sim o zelo pelo dinheiro público, ou seja, do povo de São Roque”.

A afirmação de que a instituição não havia efetuado a prestação de contas, foi negada pelos provedores da instituição na época em que a sindicância foi aberta contra a Santa Casa.  “Nós recebemos uma advertência no dia 17 de junho a este respeito com cinco dias para defesa. No quinto dia, dia 23 a santa casa protocolou a resposta anexando os protocolos de entrega das prestações de conta, porque elas já haviam sido entregues anteriormente”, afirmou, Leila Maria de oliveira Camilo, vice-provedora da Santa Casa até então.

A comissão de sindicância apontou que o dinheiro repassado à Santa Casa por ela, para o custeio do atendimento aos pacientes do SUS, também estava sendo usado para pagamento de empresas e serviços destinados a particulares. Antes da intervenção, o prefeito já havia contratado uma empresa para fazer um diagnóstico da situação da Santa Casa, cujo trabalho foi concluído no mês passado. O relatório da empresa apontou que 66% dos 880 itens analisados em setores/departamentos da Santa Casa, não estavam em conformidade com as exigências do mercado.

Conforme explica o prefeito Daniel, a intervenção inclui uma auditoria porque é necessário “conhecer a fundo as áreas financeira, contábil e fiscal, já que, somente com isso, é possível ter um diagnóstico completo e preciso da instituição, para sanar todos os problemas e, assim, a Santa Casa poder funcionar de forma profissional e competente, prestando um serviço de qualidade aos são-roquenses”.

A comissão interventora explica que a auditoria está sendo feita pela Global Consulting, empresa especializada na área, e fará a revisão financeira, contábil dos últimos quatro anos, dentro de um prazo de onze semanas. Um dos objetivos da empresa será separar as contas do plano de saúde e do hospital, uma vez que, enquanto o primeiro é atividade particular, o segundo recebe recursos públicos das três esferas de poder executivo.

Segundo a comissão, “por si só, o fato de existir apenas um CNPJ, para o plano de saúde e o hospital, já é um problema, pois as contas se confundem. No entanto, como determinou o prefeito, vamos agir com cautela e responsabilidade, sem fazer falsas acusações, motivadas por interesses pessoais, políticos ou eleitorais. Mas temos a obrigação de, comprovando irregularidades, levar aos canais competentes, até a Justiça, se for o caso”.

Até o fechamento desta edição o JE não conseguiu entrar em contato com o Provedor da Santa Casa Rodolfo Artur Salvetti Filho, para que este pudesse comentar o caso.


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