08/08/2014 às 13h06min - Atualizada em 08/08/2014 às 13h06min

Relatório aponta falta de gestão como problema crônico da Santa Casa de São Roque

Da Redação - Foto: Assessoria de Imprensa
Da Redação - Foto: Assessoria de Imprensa

A Prefeitura de São Roque e os interventores da Santa Casa receberam nesta terça-feira, dia 05, o relatório com o diagnóstico dos processos econômicos, financeiros e administrativos que vinham sendo adotados no hospital. Elaborado pela empresa Gesti - Gestão e Soluções em Terapia Intensiva, o relatório foi desenvolvido com dados colhidos em três meses e traça um perfil dos diversos setores do hospital, apontando ações para que a instituição alcance o equilíbrio financeiro e melhore o atendimento.

O relatório havia sido encomendado pela Prefeitura de São Roque meses antes da decisão pela intervenção na instituição, que atua desde o dia 08 de julho. "Queríamos saber exatamente o que estava acontecendo lá. Desde o início do nosso trabalho na Prefeitura buscamos o estabelecimento de uma parceria saudável com a Santa Casa", afirma o prefeito Daniel de Oliveira Costa. Apesar disso, segundo ele, "a situação não caminhou como entendíamos que deveria caminhar e acabamos tendo que adotar uma medida mais drástica, que foi a intervenção. Agora, com esse diagnóstico que recebemos, vamos entender o porquê disso e preparar as ações para implantar uma nova realidade na gestão do hospital", acrescenta o prefeito.

A análise da Gesti é feita com base numa plataforma que mede o bom funcionamento de uma unidade hospitalar e que segue orientações, entre outros, do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O diagnóstico aponta uma série de constatações que dão indicativos de uma a má gestão do local.

De 880 itens analisados em múltiplos setores da Santa Casa, apenas 34% estavam em conformidade com as exigências do mercado, sendo aceitável uma meta mínima de 60%. A análise dos dados financeiros aponta que o faturamento mensal médio da Santa Casa é de R$ 1,786 milhão, contra uma despesa média mensal de R$ 1,723 milhão. Em tese, há um resultado positivo das contas mensais, considerando que todo o faturamento seja recebido. Porém, dívidas passadas fazem com que todo mês sejam destinados R$ 765 mil para o pagamento de débitos em atraso, criando novos déficits. Com base nos dados extraídos do sistema, a Gesti apurou que a Santa Casa tem um passivo (dívida) de quase R$ 2 milhões, mas a empresa destaca a necessidade de se confrontar o sistema com os títulos, pois há divergências entre um e outro.

A análise das planilhas de cirurgias realizadas de fevereiro a abril revela que, em média, são realizadas quatro cirurgias/dia no hospital, que somando todos os procedimentos, totalizam 222 cirurgias ao mês, quando o ideal seria o de 400 cirurgias. O número de horas extras pagas pelo hospital também foi considerado incompatível com o número de funcionários, com o pagamento de 646 horas extras/mês.

O Jornal da Economia tentou entrar em contato com o provedor com algum dos antigos administradores da instituição, porém não conseguiu nenhuma resposta sobre os dados apresentados pelo relatório da Prefeitura.


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