Empresários dormem nos próprios comércios devido a onda de furtos no Marmeleiro

A criminalidade no bairro Marmeleiro tem levado os proprietários de comércios  a passarem as noites nos próprios estabelecimentos com medo de que suas lojas sejam furtadas. Segundo os comerciantes do bairro, a criminalidade na região sempre existiu e concentra-se principalmente nos estabelecimentos localizadas ao lado da Rodovia Raposo Tavares, que abrigam diversas lojas, desde supermercados a lojas de venda de peças para carros.

Infelizmente, são poucos os comércios que já não foram vítimas de furtos ou mesmo assaltos a mão armada, entretanto a situação no bairro tem piorado com furtos ocorrendo constantemente em diversas lojas, o que obrigou os empresários a tomarem atitudes extremas para tentar preservar seus negócios.

Emerson Adrião, sócio proprietário da Bom Caminho Autopeças, contou a nossa reportagem que dorme na loja desde março  deste ano, começando uma triste rotina que se espalhou por outros comerciantes da região, com a onda de furtos que se intensificou no último mês.

"Desde terça-feira passada, quando fomos furtados, eu dormi apenas uma vez na minha casa", disse Ariel Lameiras, da Guerreiro Materiais para Construção. O furto da loja segue o mesmo modo operante de outras tantas ocorrências da região, onde o marginal invade o estabelecimento  durante a madrugada, levando o que encontra pela frente. No caso da Guerreiro, além de materiais de construção  também foi levado um carrinho de bebê pertencente a um dos donos, que tem uma criança pequena e que estava no local.

Assim, como outros comerciantes, Ariel integrou o grupo de profissionais que são obrigados a preservar seus estabelecimentos por conta própria. Os comerciantes se comunicam em um grupo de rede social para falarem sobre os roubos e tentarem amenizar a situação, porém isso  põe em risco a integridade dos empresários, que não sabem que tipo de pessoa irá invadir seu comércio ou se ela estará armada ou não.

Muitos decidiram investir em equipamentos de segurança, porém mesmo estas medidas trazem pouco conforto, afinal os crimes continuam acontecendo. Em menos de três meses a Fibratec foi furtada duas vezes ( a última ocorrida no último final de semana) e o Big Mercado Marmeleiro foi furtado duas vezes apenas em novembro, além dos outros casos retratados nesta matéria.

"Estamos buscando por sistemas de segurança, mas é muito complicado trabalhar com esta sensação de insegurança", comentou Marcos Cleto, da Top Dar Veículos. Uma situação que coloca em risco os próprios comércios da região, afinal cada prejuízo vindo com os furtos trazem mais dificuldades para manter os comércios em funcionamento. Segundo Gediael Gusmão, da Fernandes Moda e Cia, seu negócio teve um prejuízo de mais de 10 mil reais quando o comércio foi assaltado há  pouco mais e um mês. "Estamos abandonados. Não só os comerciantes, mas também a população está assustada", afirma Gediael Gusmão.

Um problema que impacta também novos comércios e inibe o interesse de outros empresários que pensam em investir no local que  além de beneficiar a economia da região, também poderiam contribuir com a geração de empregos. “O comércio da região já enfrentou problemas com a duplicação da Raposo Tavares e agora temos também que lidar com esta situação caótica. Me diga, que ânimo um profissional tem para montar o seu negócio em um local que carece tanto de segurança?”, comenta o comerciante Eduardo Victor Mendes, que ainda está  montando sua loja no Marmeleiro e, mesmo ainda não tendo inaugurado o comércio, já informou que começará a dormir no empreendimento, aumentando o número de profissionais que são prejudicados de diversas formas pela falta de segurança no bairro.

O Jornal da Economia questionou a Polícia Militar do Estado de São Paulo sobre ocorrências na região e a possibilidade de um reforço no patrulhamento na área. Em resposta, fomos informados que houve dois registros de boletim de ocorrência em novembro e que o patrulhamento é realizado constantemente e reforçado de acordo com os registros das ocorrências.

“Orientamos a população que qualquer movimentação entranha, como pessoas, veículos suspeitos próximo ou no interior dos estabelecimentos acione 190 e se houver furtos ou roubos é preciso registrar o Boletim de Ocorrência”, orientou a PM.

Também questionamos as Prefeituras de São Roque e Marinque, sobre a criminalidade na região e sobre a possibilidade de ações mais constantes da guarda municipal, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.