Não há melhor jeito de celebrar senão à mesa, dizem. Pelo menos é o que acreditam Marcelo Tanus, diretor de gastronomia da Cia. Tradicional do Comércio, e William Paulo dos Santos, chef-executivo do Pirajá, que trataram de renovar o cardápio do botequim para comemorar seus 20 anos. São 12 pratos novos inspirados no melhor do carioquês boêmio, que se somam às caipirinhas sazonais de frutas nativas - jabuticaba, seriguela e cambuci - também lançadas recentemente.
A começar pelas abrideiras, as Manjubinhas, fritas e empanadas no fubá, assumem o posto de petisco do dia, servido somente às quartas, ocupado outrora pelo Bolovo de alheira (R$ 13), que entrou de vez para o cardápio fixo. Entre os bolinhos - o Pirajá é mestre em transformar receitas icônicas em bolinhos, vide o Carioca, de abóbora com carne seca, criado nos primórdios do bar e tão copiado por outras casas - há duas novidades. Uma delas é o Cervantes (R$ 31), com massa de pernil recheada de couve e bacon, e o inusitado Gol de anjo (R$ 31), de macarrão, carne assada e recheio de queijo, que revisita o prato clássico dos ensaios das escolas de samba, feito pelas tias da Velha Guarda.
Para a hora do almoço, os chefs criaram o Virado à carioca, com arroz, tutu de feijão preto, quiabo refogado, ovo frito e dois espetinhos de pernil, linguiça e banana, nova estrela do menu eZécutivo (R$ 43), em cartaz de segunda a sexta e servido com a caprichada salada de escarola, bacon e banana da terra de entrada, além da sobremesa do dia. A esse grupo também se soma o novato Cross Chicken, um filé de frango grelhado com molho de iogurte, legumes grelhados e saladinha de trigo - atenção turma fitness, agora dá para ir ao Pirajá sem colocar os dois “pés na jaca”! Outra opção mais saudável é a salada maneira de Bacalhau com feijão fradinho (R$ 39), incrementada com pimentões confitados, tomates cereja, azeitonas verdes, cebola roxa, coentro e ovo cozido. E, antes de torcer o nariz, o Poliglota (R$ 28) é um saboroso sanduíche de língua assada no próprio molho, com queijo provolone, agrião e cebola roxa.
As três sobremesas inéditas garantem aquele tantinho de glicose necessário pós-bebedeira. O Bolinho de estudante (R$ 12), de tapioca e coco, é servido quentinho, salpicado de açúcar e canela, para chuchar do doce de leite cremoso; e o Mir Foia (R$ 16), despojada releitura do famoso doce francês, intercala massa de pastel, compota caseira de caju, Catupiry e chantili. Por fim, o Pudim de caipirinha (R$ 16), recupera os ingredientes do drinque mais famoso da casa, A Nega é Minha e Ninguém Tasca - dois limões, rapadura e cachaça - para, desta vez, degustar a colheradas.
Para bebericar
A carta regular de bebidas também vem ganhando novidades desde o começo do ano. Graças a uma parceria com o Sítio do Bello, que aposta no cultivo e comércio de frutas nativas, a seção de caipiras ganhou três receitas inspiradas: Seri-guela abaixo (com limão e seriguela; R$ 24), Jabuti (jabuticaba, limão-siciliano e capim-santo; R$ 24) e Serra do Mar (cambuci, limão-cravo e manjericão; R$ 24). A ideia é renovar as combinações de tempos em tempos, de acordo com a sazonalidade das frutas. Outro drinque que causou frenesi assim que deu as caras no balcão foi o Ginló Tônica, amargo na medida, com gim, água tônica, jiló desidratado e capim santo (R$ 28).
Sobre o Pirajá
Ainda que falte a brisa do mar e a vista para o Morro Dois Irmãos, o Pirajá é, inegavelmente, a esquina mais carioca de São Paulo - a começar pela calçada, que reproduz as emblemáticas ondas dos ladrilhos de Copacabana. Dentro do bar, o clima da cidade maravilhosa avança com o painel do artista Nilton Bravo, que registra o Rio de outrora, e com a trilha, que embala o melhor do samba - por vezes ao vivo, nas já famosas e animadas rodas. Aberto em 1998 pela Cia. Tradicional do Comércio, também à frente de casas tradicionais como o Astor, Bráz e Lanchonete da Cidade, o Pirajá trouxe para cá boa amostra dos prazeres da baixa gastronomia do Rio de Janeiro. Para um happy hour animado e prolongado, uma seção de caipirinhas criadas na casa, como A Nega Minha e Ninguém Tasca, de três limões e rapadura, e o chope Brahma tirado à maestria, como os milimétricos três dedos de colarinho. Atualmente, o bar tem cinco unidades na capital paulista - além da matriz em Pinheiros -, sendo três delas em shoppings (Eldorado, Morumbi e Iguatemi-Alphaville), e outra na Alameda Santos, próximo à Avenida Paulista.
Pirajá Iguatemi Alphaville
Endereço: Alameda Rio Negro, 111
Tel: (11) 4193-4295
Funcionamento: Segunda a Quarta das 11h45 às 15h e das 17h30 às 22h // Quinta das 11h45 às 15h e das 17h30 às 23h // Sexta das 11h45 às 23h // Sábado das 12h às 23h // Domingo e feriado das 12h às 22h
Site: piraja.com.br
Redes sociais: @barpirajaalphaville_