Prefeitura e Viação São Roque não entram em acordo sobre aumento do preço da passagem

A Prefeitura de São Roque informou, por meio de nota, que a empresa de transporte público Viação São Roque discute a possibilidade de paralisar o serviço de transporte coletivo público a qualquer momento no município, caso a Prefeitura não autorize o reajuste da passagem de R$2,80 para R$ 3,30.

Em nota, a administração municipal da cidade afirmou não aprovar o aumento e pretende discutir o assunto, pois o valor exigido é considerado alto. Uma comissão de vereadores (Comissão de Assuntos Relevantes da Câmara Municipal) possui um relatório destacando as argumentações da empresa. Ela informa que está impossível manter o trabalho na cidade e, ainda segundo as informações da Prefeitura, chegou ao limite de afirmar que pode interromper o serviço de forma inesperada.

A nota ainda informava que o custo para manter a empresa Viação São Roque é maior do que a quantia que ela recebe para operar no município.

Os principais motivos disso são os aumentos no combustível, óleos lubrificantes, pneus, peças de reposição dos veículos e diversos materiais que encarecem com o aumento de impostos. Além disso, a empresa ainda afirma que “os salários dos funcionários também elevaram decorrentes dos dissídios coletivos dos condutores de veículos de passageiros” e também estão tendo gastos com a aquisição de veículos novos adaptados para acessibilidade, conforme norma legal entrará em vigor neste ano, segundo publicação oficial da empresa.

Além disso, afirma a Viação São Roque, desde 22 de Agosto de 2011 a passagem não é reajustada. No ano passado haveria um aumento, porém, a atual administração da Prefeitura impediu. Os protestos durante a inauguração da reforma na ponte da Avenida Antonino Dias Bastos, no dia 16 de julho de 2013, que reivindicavam contra o aumento de passagens, que na época seria para R$ 3,00, foram de suma importância para que o reajuste não ocorresse.

Em 2014, na primeira quinzena de fevereiro, quando foi noticiado novamente o possível aumento, o Jornal da Economia aproveitou a ocasião e saiu às ruas para saber a opinião da população sobre o assunto. Para Lourdes Cardoso, que utiliza o transporte da Viação São Roque diariamente, o preço não deveria subir. “Já está caro demais e ainda querem elevar?”, questiona a mulher.

A jovem Pamela Liz Pereira é ainda mais rigorosa do que Lourdes quando o assunto é transporte público. “O governo deveria disponibilizar o transporte gratuitamente. Não deveriam cobrar nenhum centavo. Pagamos um dos impostos mais caro do mundo inteiro. É um absurdo ainda temos que pagar por uma passagem de ônibus”, afirma Pamela.

Há também aqueles que acham o aumento justo para a empresa, mas não para o cidadão, como é o caso de Mário Costa Soares. “Se a empresa precisa aumentar a tarifa, a culpa não é dela. O governo aumenta os impostos, aumenta o preço do combustível, aumenta o preço de tudo. O aumento na passagem não será nada bom para a população. Mas se realmente não é feito um reajuste pela empresa há tempos, seria justo que ela eleve o preço da passagem para continuar os serviços. Mas o governo deveria intervir no caso evitando o encarecimento, aí seria bom para todos”, afirma o rapaz.

A nota enviada pela Prefeitura ainda informava que a Viação São Roque fez alguns cálculos e concluiu que teria que cobrar o valor de R$ 5,36 por passagem, para poder suprir todos os gastos da mesma. Porém, solicitou à Prefeitura um aumento de cinquenta centavos. A Prefeitura notificou o Jornal da Economia que “não autoriza o aumento para R$ 3,30 e tenta uma nova discussão do valor com a empresa. Assim uma reunião entre representantes da população, vereadores e prefeitura, deve ser marcada na próxima semana para juntos chegarem a uma decisão”.

Entramos em contato com a proprietária da empresa, Cleusa Maria Souza, e a mesma informou que se depender da Viação São Roque, descarta qualquer tipo de paralisação. Ela afirma que realmente os trabalhos estão difíceis de serem mantidos com a mesma qualidade com o preço da passagem a R$ 2,80 e que, por isso, fez o pedido de aumento de maneira legal, junto ao Ministério dos Transportes. Cleusa ainda ressalta que desde o ano passado a empresa vem pedindo o reajuste para a Prefeitura e que nunca estabeleceram prazos para que a mudança fosse realizada, sendo que o pedido vem se arrastando até o momento.