30/10/2017 às 10h42min - Atualizada em 30/10/2017 às 10h42min

Eutanásia empresarial

Fabiana Soriano
Fabiana Soriano

Imaginemos a hipotética cena:

Uma pessoa não se sente bem, acredita que tem problemas de saúde, mas não sabe bem o quê, pois nunca consultou um especialista, ou seja, um médico. Ela "vai levando". Aos poucos, se vê limitada em algumas funções vitais: sente dor ao andar, por isso deixa de se locomover. Os dias vão ficando cada vez mais difíceis. Ela se revolta, culpa a cidade que não lhe dá melhores condições para andar, culpa os vizinhos que atrapalham o seu caminho, o Estado, o Governo. Mas isso não melhora sua caminhada. Ela não vê boas expectativas: o mundo está sendo esmagado por uma onda de pessimismo. Um dia, ela acorda e decide fazer algo diferente para acabar com o seu sofrimento: põe um fim a sua própria vida.

Essa analogia soa absurda e a primeira pergunta que faríamos é: "Por que ela não consultou um médico para entender o seu problema? Por que não buscou ajuda? Tratamentos? 

Essa é a sensação que eu tenho quando vejo uma empresa, muitas vezes com menos de dois anos de atividade, fechar as suas portas. Empresários que enterram seus sonhos antes de ligar para o médico. Não faltam em nossa cidade especialistas prontos para ajudá-los. Profissionais capacitados para fazer um diagnóstico do negócio e orientar qual melhor caminho/tratamento a seguir. Entre consultores administrativos/financeiros/comerciais, postos do SEBRAE, consultores de marketing, agências de propaganda, veículos publicitários (jornal, outdoor, guias online), treinamentos de desenvolvimento pessoal - temos profissionais que se prepararam para oferecer soluções, desenvolver pessoas, promover marcas, lançar produtos, promover empresas e serviços junto aos seus clientes. Ser especialista no seu segmento não obriga o empresário a ser especialista em comunicação, por exemplo.

Obviamente, há nesse meio empresas que após sérios diagnósticos perceberam que encerrar suas atividades era a melhor escolha. Faz parte. Mas com tristeza vemos empreendimentos relativamente novos, com um, dois ou três anos de vida que, antes de buscar qualquer orientação, retornam a placa de ALUGA-SE na sua porta, confirmando ao vizinho que tudo está perdido e que não há nada que possa ser feito.

Talvez o mais triste disso tudo é que o empreendedor, pouco a pouco, está deixando de sonhar, de acreditar no seu poder de recuperação, na sua criatividade e na sua resiliência. Não há nada mais gratificante do que dar a volta por cima!

As crises nos conectam à pessoas que podem fazer a diferença, podem nos orientar e ajudar-nos a enxergar um novo rumo. Ou podem nos aplicar a injeção letal. O bom é que a escolha ainda é nossa!

 

Fabiana Soriano é Diretora Comercial da Formato Outdoor, VP da Central de Outdoor, Membro do BNI Maestria e Trainer da Dale Carnegie® nas áreas de Comunicação, Relações Humanas e Liderança.


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