Moradores do Jardim Esther reclamam do descaso da prefeitura com terreno baldio

Um grupo de moradores do bairro Jardim Esther, próximo a zona central de São Roque, reclama do descaso e abandono de um terreno pertencente a prefeitura, localizado entra a Rua Renatinho e a Avenida João Pessoa, ao lado da Escola Estadual Horácio Manley Lane.

Eduardo Alexandrino, morador da Rua Vinte e Três de Maio, entrou em contato com a redação do Jornal da Economia, para explicar os diversos problemas que a vizinhança encontra devido ao atual estado de abandono do terreno. “Aranhas, cobras, escorpiões, tudo quanto é animal peçonhento sai daquele muro”, conta Eduardo. “Fiquei impressionado com o tamanho de uma aranha que eu vi ali esses dias”.

Eduardo é um dos organizadores de um grupo que reúne os moradores do Jardim Esther para discutir melhorias para o bairro. Os participantes se reúnem toda primeira quarta-feira de cada mês, na própria casa do rapaz. “O pessoal tem me ligado com muita frequência para reclamar do terreno. As indignações são sempre as mesmas: o perigo que esses animais trazem e as doenças que podem surgir com o acúmulo de sujeira. Isso sem contar o fato da iluminação no local ser fraca e o terreno ainda servir como esconderijo de criminosos e usuários de drogas”, informa Eduardo sobre o medo dos moradores locais.

O fato de a Guarda Civil Municipal de São Roque ter voltado a se instalar na antiga Estação Ferroviária, endereço próximo ao terreno em questão, tranquilizou um pouco a população referente a este último problema, explica Eduardo Alexandrino. “O local é claramente propício para crimes. A volta da Guarda Municipal aqui pra região foi uma melhora, mas mesmo assim não é o suficiente”, conta.

A preocupação maior fica por conta da Escola Municipal de Ensino Infantil Jardim Esther, que fica ao lado do terreno e que recebe um número de crianças diariamente, durante o período letivo. Os moradores não se conformam com o perigo de uma dessas crianças se deparar com uma cobra, escorpião ou aranha dentro da escola. “É algo muito possível de acontecer, afinal eu já flagrei muitos desses bichos saindo dali”.

O terreno pertencia à empresa “Morocó Participações e Comércio S/A”, até o início do ano de 2010. A empresa trabalhava com negócios imobiliários e pensava em construir um condomínio de sobrados no local, mas o projeto não vingou. O terreno ficou descuidado, aparentando abandono, o que gerou algumas multas para a empresa. Até que em janeiro de 2010, a Prefeitura de São Roque, durante o mandato da administração pública passada, desapropriou amigavelmente o terreno, mediante indenização de R$ 550 mil.

“No documento (que foi assinado para que ocorresse a desapropriação) informava que a prefeitura tomou posse do local, pois o terreno era necessário para implantação de uma unidade escolar e dependências educacionais”, explica Eliseu de Oliveira, funcionário da Morocó na época. “Até agora nada foi construído, o mato cresceu ainda mais, e ninguém pode multar a prefeitura igual a prefeitura nos multava”, indaga o rapaz.

Em contato com a Prefeitura de São Roque, a reportagem do Jornal da Economia foi informada de que a limpeza do terreno em questão já estava no cronograma do Departamento de Obras, mas que agora será feita em regime de urgência, sendo enviada uma equipe ao local já na próxima semana. A prefeitura também informou que ainda não há nenhum projeto protocolado para o local e que as possibilidades estão sendo levantadas.

A administração pública também foi questionada se o governo do estado poderia auxiliar na construção de algum complexo no terreno, tendo em vista que o mesmo fica ao lado de uma escola estadual, mas a prefeitura disse que apesar de “estarem abertos para possíveis convênios ou parcerias, nunca houve manifestação do estado para com esta administração neste assunto”.

Para finalizar, a nota da prefeitura ressaltava: “Agradecemos a participação dos munícipes e o gabinete está de portas abertas para a população”.