30/11/2016 às 11h51min - Atualizada em 30/11/2016 às 11h51min

Queda de voo do Chapecoense pode ter ocorrido por falta de combustível

Da Redação: Rafael Barbosa - Fotos: Reprodução / Internet
Da Redação: Rafael Barbosa - 

 

A queda do avião que transportava a delegação do Chapecoense e diversos membros da imprensa para Medellín, na Colômbia, pode ter ocorrido por falta de combustível, segundo informações divulgadas na atração colombiana Rádio Caracol. O avião da Lamia (matrícula CP2933) decolou de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com 77 pessoas a bordo entre passageiros e tripulantes, mas caiu na madrugada desta terça-feira (29) matando 71 pessoas.

De acordo com o portal, o piloto de um avião que viajava próximo ao voo da Chapecoense afirmou que ouviu a conversa entre a tripulação da aeronave e a torre de controle do aeroporto de Medellín, onde o piloto da aeronave Lâmia afirmava que estava com problemas de combustível.

O piloto teria afirmado a radio que o avião da Chapecoense perguntou a rádio se haveria demorar para obter a permissão de pouso e pediu prioridade para aterrissar pois estaria com problemas de combustível, entretanto o pedido foi negado pois haviam duas aeronaves na fila para realizar o pouso. Em seguida o piloto havia afirmado que estava com pane elétrica total e assim, começou a perder altitude que caiu, matando 71 pessoas.

Embora o voo da Chapecoense não tenha afirmado necessariamente que estava sem combustível, segundo o piloto que falou a rádio Caracol, por razoes econômicas, é comum que aeronaves privadas viagem com o nível de combustível especifico para a viagem que realizam naquele momento.  “Não me atrevo a afirmar nada, mas muitas vezes as aeronaves privadas não são muito cuidadosas com o tema ‘combustível’, chegando ao seu destino com o limite de gasolina e assim, não podendo arcar com nenhuma demora para o pouso”, afirmou em nota enviada ao programa.

Segundo o apresentador da Radio Caracol, viajar com pouca autonomia de combustível é um ação grave e que pode resultar em multa e perda da habilitação do piloto, motivo que poderia ter impedido de inibido o comandante da aeronave de falar a real situação do Lamia, o que lhe daria prioridade para pouso, decretando falha total dos equipamentos quando já era tarde demais. Confira abaixo o programa (audio em espanhol)

Perito descarta falta de combustível

Apesar das informações e da própria fala do piloto do Lamia antes do acidente, alguns especialistas descartam que a hipótese de que o acidente tenha ocorrido por falta de combustível. Segundo o consultor em acidentes aéreos, Carlos Camacho afirmou que é provável que a tragédia tenha ocorrido por "desorientação espacial" por parte do piloto da aeronave. “Pelo que a gente já coletou de dados, está tudo muito próximo de que tenha sido realmente um vôo em direção ao terreno não controlado, ou seja, com perda de consciência situacional do piloto, de desorientação espacial e que em um dado momento quando ele viu já estava praticamente colidindo, não dava mais tempo de tomar mais nenhum tipo de atitude, exceto aguardar a colisão e restou no que restou: um acidente em que o avião subdividiu em três partes”, afirmou em entrevista ao Portal G1.

Segundo o consultor o plano de vôo do avião não teria sido autorizado se ele não cumprisse os requisitos legais de autonomia do avião, que seria combustível para ir até o destino, mais combustível para chegar à alternativa e mais 30 minutos de vôo, no mínimo.

As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pelas autoridades.

Sobrevivente da tragédia fala sobre momentos de terror

 

Erwin Tumiri e Ximena Suárez faziam parte da tripulação do Lamia e sobreviveram ao acidente

A auxiliar de vôo Ximena Suárez, uma das seis sobreviventes do vôo falou rapidamente com o governador de Antioquia, Luis Pérez, sobre o ocorrido “O pouco que ela falou foi que as luzes começaram a desligar de forma gradual e que em 40 a 50 segundos ela sentiu a pancada. Ela se recorda até aí. É a única evidência que temos. Não podemos aumentá-la ou menosprezá-la para não atrapalhar a investigação – disse Pérez, em entrevista à rede Caracol.

Segundo Erwin Tumiri, outro membro da tripulação que sobreviveu a tragédia, seguir as recomendações de segurança salvou sua vida. "Sobrevivi porque segui os protocolos. Naquela situação, muitos se levantaram das cadeiras e começaram a gritar, mas eu coloquei as malas entre minhas pernas para formar a posição fetal que se recomenda nos acidentes", declarou, à Rádio Caracol.

 


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