29/11/2013 às 10h03min - Atualizada em 29/11/2013 às 11h13min

Cursos e oficinas de arqueologia ampliam conhecimento de alunos e professores da rede municipal de São Roque e Mairinque

Mais de 120 estudantes e 30 professores do ensino médio da rede municipal de ensino dos dois municípios participaram de uma série de oficinas e palestras sobre Educação Patrimonial

Democratizar o conhecimento gerado por pesquisas arqueológicas às populações de São Roque, Mairinque e região, promovendo a sua difusão, valorização e integração à Memória Nacional. Foi com esse objetivo, aliado a uma abordagem nova e criativa que incluiu boa dose de diversão para os alunos, que um grupo de mais de 120 estudantes e 30 professores do ensino médio da rede municipal de ensino desses dois municípios participou, durante todo o mês de novembro, de uma série de oficinas e palestras sobre Educação Patrimonial, Arqueologia e História da Humanidade.

Idealizado e executado pela empresa Arquivos da Terra Arqueologia e Recursos Culturais, de São Paulo, o programa foi desenvolvido em conjunto com o empreendimento Parque Catarina, no qual são previstas ações e atividades pedagógicas de educação patrimonial, ao lado de prospecções técnicas e estudos arqueológicos daquela área, inseridas no processo de licenciamento ambiental do complexo, que abrange um shopping outlet, um conjunto empresarial e o novo Aeroporto Executivo de São Roque.

As oficinas foram realizadas tanto em escolas municipais localizadas no perímetro de entorno do empreendimento, caso da Felipe Lutffala (Porta do Sol) e Sarah Mazzeo, em Dona Catarina, ambas em Mairinque, e a Leônidas de Moraes, no Saboó, em São Roque, quanto na escola Dr. Rabindranath Tagore dos Santos Pires, situada no bairro do Carmo, sítio de importância histórica e arqueológica para o município de São roque e região, que abrigou no passado um assentamento quilombola, formado a partir da Fazenda do Carmo, propriedade do século XVIII pertencente à Província Carmelitana Fluminense.

Gestão sustentável

Para a arqueóloga Rucirene Miguel, da empresa Arquivos da Terra Arqueologia e Recursos Culturais, programas de Educação Patrimonial como este, desenvolvido especialmente para São Roque e região, devem ser entendidos como uma prática pedagógica que permite o diálogo, a geração de conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu patrimônio. “Isso possibilita aos moradores do bairro de Dona Catarina e aos cidadãos dos municípios de São Roque e Mairinque a restituição desse legado, com testemunhos materiais que se relacionam diretamente com a história local, proporcionando uma reflexão sócio-histórica capaz de contribuir para a construção de identidades culturais e para uma gestão sustentável desses bens”, afirma.

Responsáveis por ministrar os cursos e as oficinas, os educadores patrimoniais Luiza Sangalli e Diogo Quirino, historiadores de São Roque com especialização em Arqueologia, destacam a receptividade e o envolvimento tanto dos pequenos quanto dos professores durante os trabalhos. “Para a criançada, buscamos transmitir esses conceitos, por vezes complexos, de forma lúdica, através de oficinas de desenho, ampliando e estimulando a sua curiosidade e inserindo-a nesse contexto”, diz Diogo. “O resultado é muito gratificante”, enfatiza.  

Para o professor Maurício Volcov Viveiros, um dos participantes do curso, esse tipo de ação pedagógica, que inclui palestras e oficinas práticas, merece aplausos. “Foi uma iniciativa importantíssima tanto para os professores, no papel de agente multiplicador, quanto para alunos e as comunidades locais”, relata Maurício, que ministra aulas nas EMEF Testu Chinione e Joaquim Silveira Santos, em São Roque. “Como professor de História, tinha dificuldade de aproximar temas complexos, como Patrimônio Cultural e Arqueologia, dos demais conteúdos ministrados em sala de aula”, diz. As professoras Maria Alice Martins Silva e Zélia Teruel, de Mairinque, também aprovaram a iniciativa.  “Foi uma oportunidade extremamente positiva”, afirma Maria Alice. “Esse tipo de ação deveria ser realizado mais vezes, concorda Zélia, ampliando o conhecimento de todos – dentro e fora da sala de aula”, diz.


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