Carter toma ouro de neozelandesa no último arremesso; Geisa fica em nono

Para Valerie Adams, sagrar-se campeã nesta sexta-feira significaria muito mais do que o reconhecimento pelo seu desempenho no Engenhão. Seria a chance de reparar o que ela considera uma injustiça histórica. Quatro anos atrás, ela viu uma adversária no pódio, com o ouro no peito, ouvindo o hino de Belarus. Nem um mês depois, após a divulgação do doping da rival, a medalha dourada do arremesso de peso foi entregue à neozelandesa. O momento de glória, de festa num Estádio Olímpico, porém, já havia passado. No Rio de Janeiro, Valerie sentiu o gosto da vitória. Liderou da classificação até a última rodada. Nela, a atual campeã mundial indoor, Michelle Carter, tirou um coelho da cartola. Cravou 20,63m e tomou o ouro da neozelandesa.

Valerie, que tentava o inédito tricampeonato olímpico de uma mulher no atletismo, ficou com a prata com 20,42m. O bronze ficou com a húngara Anita Marton, com 19,87m. A brasileira Geisa Arcanjo, que passou à final com a sétima melhor marca, encerrou sua participação após três arremessos, com 18,16m, na nona colocação.

Enquanto Michelle foi premiada pela consistência e pela insistência, já que só ultrapassou a barreira dos 20m no último arremesso, Valerie teve que amargar a derrota de forma frustrante. Líder na classificatória, ela tinha sido a única atleta a passar dos 20 metros em toda a competição até então. Até repetiu o feito no arremesso final, mas os 20,39m que conseguiu não foram suficientes para retomar a ponta.

A brasileira Geisa Arcanjo despediu-se da disputa por medalhas após a terceira rodada. Com 18,16m, apenas 11 centímetros a menos do que havia feito na fase classificatória, a brasileira estava na nona posição. Precisava ficar entre as oito melhores para seguir na disputa por medalhas e ter direito a mais três arremessos.