07/11/2013 às 08h12min - Atualizada em 07/11/2013 às 08h12min

Ficam as lembranças das mãos estendidas na hora do aperto

José Eugênio Grando faleceu na noite de quarta-feira no hospital da Unimed em São Roque

Autor: Vander Luiz - Redação: Jornal da Economia
Autor: Vander Luiz - Redação: Jornal da Economia

Muito triste. Morreu no final da noite desta quarta-feira, 06 de novembro, o meu sogro José Eugênio Grando, aos 78 anos, no Hospital da Unimed em São Roque. Um câncer agressivo e devastador em menos de um mês causou a morte de um homem que foi um exemplo de vida. Convivemos 23 anos e passamos grandes momentos. No início a figura de homem de pouca conversa, mas com o passar do tempo o aumento da intimidade e a certeza que ganhei um segundo pai. Ficam as lembranças da mão estendida nas horas de aperto, na construção da casa, nos problemas do dia a dia e principalmente os momentos de muita alegria. As festas, os aniversários, os almoços, os churrascos, o nosso Paulistano da Vila Aguiar, as coisas da nossa São Roque, as viradas de ano em Suarão (Itanhaém) nas colônias dos ferroviários, os passeis pelo centro de São Paulo, os jogos em que esteve ao meu lado nas transmissões da Jovem Pan no Canindé, em Itu, na Vila Belmiro e principalmente no seu Palestra Itália. 
Quando trabalhava na Sorocabana disse que em um dia começaram a medir o terreno da Barra Funda para a construção do Metrô. Chegou a pensar que não chegaria a ver a conclusão da obra. Não só andou no Metrô Barra Funda como também viu a duplicação da Imigrantes, a construção do Rodoanel. Passamos juntos muitas vezes por essas estradas e por tantas outras. 
E quantos momentos maravilhosos. A união dos filhos, o nascimento dos netos, a festa dos 50 anos de casado, a última ceia de Natal em Fortaleza e a última viagem no meio desse ano com as geladas e agradáveis noites de Campos do Jordão e a visita ao Santuário de Aparecida. Vivemos intensamente os bons momentos. Agora esse valente ferroviário, este brasileiro de verdade, segue por outro caminho, o mais tranquilo dos caminhos. Deixa no coração da esposa, dos filhos, dos genros, da nora, dos netos e dos amigos a melhor lembrança possível. Hoje, ao sair do quarto do hospital caminhei alguns passos pelo corredor e alguma coisa me fez voltar. Precisava dar o último e talvez o primeiro beijo na sua mão. Todos os outros foram no seu coração.

Vander Luiz


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