15/07/2016 às 10h27min - Atualizada em 15/07/2016 às 10h27min

Santa Casa terceiriza serviços e funcionários ameaçam greve

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Após assembleia realizada na tarde de terça-feira, dia 12, funcionários da Santa Casa de São Roque votaram pela instauração de uma greve na irmandade caso a direção do hospital não acate os pedidos apresentados pelo Sindicato dos Servidores do Setor de Saúde, o SinSaúde.

Segundo o sindicato, mais de 30 funcionários foram demitidos desde a entrada da FENAESC na administração do hospital, o que caracterizaria um quadro de demissão em massa e embora a irmandade tenha dado a opção de que os funcionários fossem absorvidos por outra empresa, estes não contariam com todos os benefícios que possuem, como o plano médico. “Com isso você está precarizando a situação destes trabalhadores, que devem ter seus direitos respeitados”, disse o Presidente do SinSaúde, Milton Sanches. 

A Santa Casa chegou a oferecer uma sala para que a assembléia fosse realizada, entretanto o sindicato preferiu realizar a reunião no pátio central do hospital, que atualmente passa por reformas, o que gerou um debate por parte do departamento jurídico e administrativo do hospital, que não queriam aceitar a entrada de um carro de som, afirmando que o barulho poderia incomodar os pacientes. A Guarda Municipal foi acionada e esteve no local.

Segundo o sindicato, a assembléia ocorreu com a participação de 62 funcionários, que votaram favoravelmente pelo prazo de 72 horas, para que o hospital pare com as demissões e reavalie a situação dos trabalhadores, caso contrario será decretado greve por tempo indeterminado. “Caso a greve seja instaurada Iremos preservar sempre os pacientes do hospital, mantendo um quadro de 30% ou 40% do efetivo para manter o atendimento. Se preciso iremos até o tribunal”, completou Sanches.

Segundo a FENAESC, embora esteja ligada a administração do hospital, esta ainda não é responsável pelo quadro de funcionários, setor que ainda cabe a diretoria da Santa Casa.

De acordo com o interventor da irmandade, Francisco Tibiriçá, o que ocorre é uma terceirização dos serviços de segurança, portaria e limpeza.  Aproximadamente 40 funcionários integram os trabalhos nestes três setores, e segundo a irmandade, foi dada a oportunidade para que os funcionários fossem absorvidos pela empresa que passará a fornecer os serviços para a irmandade, proposta que teria sido aprovada pela maioria dos empregados. “Não é uma demissão e sim uma troca de patrão que deixa de ser a Santa Casa para ser uma outra empresa que irá nos prestar o serviço, o que nos trará mais economia e irá melhorar o serviço do hospital”.

Tibiriçá também afirma que o hospital pode terceirizar os setores que não sejam prioritários ao atendimento dos pacientes, como os serviços médicos, afirmando que a ação irá trazer economia ao hospital e irá melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pela irmandade. “Nossa principal preocupação é a população de São Roque que conta com este hospital e deve ser atendida em caso de necessidade. Consideramos que todas as ações que economizem recursos e melhorem o atendimento do hospital são bem vindas, desde que elas estejam dentro da lei, como é o caso. Não cometemos nenhuma irregularidade”, afirmou Francisco Tibiriçá.

Após a realização da assembléia, a Santa Casa recusou-se a assinar o comunicado da assembléia e que estabelece o aviso de greve, afirmando que o documento apresenta atos que eles consideram ilegais. De acordo com o SinSaúde, com a recusa da assinatura do documento o sindicato procurou um cartório do município para que eles apresentem o comunicado a irmandade.

De acordo com o sindicato, até o fechamento desta edição não havia resposta da Santa Casa sobre as propostas apresentadas e que, se não houver acordo até a segunda-feira (18), os funcionários irão decretar greve por tempo indeterminado.


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