Há anos os moradores da Rua Monsenhor Antonio Pepe, no Bairro Jardim Bela Vista, em São Roque são obrigados a lidar com o mau cheiro que se espalha pela rua. O Jornal da Economia já abordou o problema em matérias anteriores, falando sobre o forte cheiro vindo dos bueiros, que se tornou um problema freqüente na via há quase 20 anos, que abriga residências e estabelecimentos comerciais e escritórios.
Segundo a Sabesp a situação está relacionada às galerias de escoamento das águas pluviais e a ligações clandestinas da água da chuva na rede de esgoto, situação que se agrava em dias chuvosos, quando a rede recebe um volume maior de o previsto e por conta da quantidade de resíduos que são lançados na rede pelos moradores das residências.
Entretanto o problema persiste e continua apesar dos esforços da população. Segundo a proprietária da escola infantil Cambalhota, Marina Garcia Cavalheiro Lobo, o cheiro incomoda também os seus clientes. “Os clientes que nos conhecem há tempo sabem que não existe problema para seus filhos, mas a pessoa nova que vem para conhecer o lugar pode se espantar com o cheiro da rua, achando que o mesmo acontece aqui dentro”, afirmou em entrevista passada a nossa redação.
A Sabesp se defende afirmando que envia regularmente equipes para realizarem o desentupimento da rede.
O Jornal da Economia acompanhou um destes trabalhos, onde um funcionário nos informou que além de resíduos diversos, encontrou grandes quantidades de resíduos de borracha na rede, o que fez com que nossa equipe procurasse a Fábrica de Artefatos Latex SR, localizada no mesmo bairro.
Látex inicia obra de Estação de Tratamento de Efluentes - ETE
Em visita a empresa, o diretor da Latex SR, José Luiz Gavazzi, afirmou que realmente resíduos vindos da empresa vão parar no local, porém que a empresa não é uma poluente e que o resíduo somente é visível diante da gigantesca quantidade de água utilizada pela empresa na confecção de seus produtos (cerca de 25 mil litros por hora).
Questionamos também sobre a cor branca de resíduo que aparece no córrego da Avenida Bandeirantes, reclamação constante dos moradores da região.
Gavazzi afirma que isto não deveria ocorrer caso a Sabesp já tivesse terminado a construção da Estação de Tratamento de Esgoto, que se encontrava parada há anos e que segundo a Sabesp deve ficar pronta até o final de 2016, tratando 230 litros de esgoto por segundo e contribuir para a despoluição dos rios Guaçu, Aracaí e Carambeí, alguns dos principais afluentes do rio Tietê, além do Ribeirão Marmeleiro e Córrego Bandeirantes.
Entretanto, o diretor da Látex fala que não pretende esperar a obra, já que o despejo de resíduos é uma reclamação constante por parte dos moradores do bairro, não apenas pelo seu despejo no esgoto, mas pelo material que chega ao córrego da Avenida Bandeirantes e que deixa a água com uma aparência esbranquiçada. “O produto não é toxico, mas deixa o rio com a aparência suja e entendemos que isso preocupa a população. Não queremos esconder nada de ninguém e estamos trabalhando para resolver o problema”, afirma o diretor que comenta que a empresa realiza por conta própria a limpeza periódica do córrego.
Entretanto a empresa afirma que já iniciou a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), uma obra que tem o custo de R$ 2 milhões e cuja primeira etapa de construção se iniciou no fim do ano passado. A segunda fase deve ser implementada em julho, resolvendo o problema do despejo de resíduos na rede local. Nossa visita a estação de tratamento poderá ser acompanhada em uma matéria em vídeo que estará disponível em breve no Portal do Jornal da Economia (www.jeonline.com)