De acordo com uma pesquisa em âmbito nacional divulgada recentemente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a exposição a um segundo idioma na primeira fase da infância traz vantagens cognitivas que beneficiam de forma significativa a aquisição da própria língua materna.
Para Gehard Friedrich, Doutor em Pedagogia e Gehard Preiss, Professor da Escola Superior de Freiburg, Alemanha, é essencial estimular desde cedo as sinapses cerebrais nas crianças e de forma tão variada quanto possível – por exemplo, com o auxílio de línguas estrangeiras.
“Ainda que a criança pequena não entenda as letras das músicas e o significado das palavras, a mera audição desenvolverá em diversas regiões do cérebro os canais neuronais apropriados à aquisição posterior da língua”, completa Preiss.
Uma criança que se familiarizou desde cedo com os sons de duas línguas, mais tarde, terá um estoque mais rico em padrões sonoros que a outra criada em convívio exclusivo com a língua materna. Também no que se refere às habilidades de pensamento os benefícios cognitivos da Educação Bilíngüe são inúmeros.
A criança desenvolve um pensamento relativista e mais sofisticado na medida em que é estimulada a pensar nos dois idiomas, sabendo que a lógica que se aplica a uma língua nem sempre diz respeito à outra. A capacidade de análise contrastiva também é potencializada pois a criança exercita a habilidade de comparar ao utilizar as duas línguas.
A proposta do ensino bilíngüe estimula o desenvolvimento da competência lingüística da criança desde a Educação Infantil, não apenas através da fala, da leitura, da escrita e da compreensão, mas também do domínio da terminologia acadêmica peculiar às disciplinas do currículo escolar. Um diferencial que forma alunos competentes lingüisticamente e academicamente.