Além das crises política e econômica que atingem o governo, o Palácio do Planalto agora enfrenta problemas com a área militar.
Na quinta-feira, 03, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto que estava na gaveta da Casa Civil há mais de três anos, tirando poderes dos comandantes militares e delegando ao ministro da Defesa competência para assinar atos relativos ao pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos, reforma de oficiais da ativa e da reserva, promoção aos postos de oficiais superiores, entre outros.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, esses atos são assinados pelos comandantes militares. A medida foi recebida com surpresa e estranheza pela cúpula militar, que não foi informada de que ela seria assinada por Dilma.
O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que estava ocupando o cargo de ministro interino da Defesa, e que viu seu nome publicado no Diário Oficial endossando o decreto, disse que não sabia da existência dele.
"O decreto não passou por mim. Meu nome apareceu só porque eu era ministro da Defesa interino. Não era do meu conhecimento", disse o comandante em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.