15/07/2015 às 11h38min - Atualizada em 15/07/2015 às 11h38min

Interventor da Santa Casa fala sobre contratação de falsa médica

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

O Jornal da Economia entrou em contato com o interventor da Santa Casa de São Roque, Sidney Muniz, para que o mesmo pudesse esclarecer algumas duvidas sobre Cibele Lemos, investigada pela Polícia Civil sob acusação de prestar atendimento a pacientes em Mairinque, Alumínio e São Roque.

Segundo o interventor, o hospital tomou conhecimento da fraude pelo Pronto Atendimento de Alumínio, que entrou em contato com a Santa Casa e, após realizar uma consulta junto ao CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), descobriu a fraude. Segundo o administrador, quando Cibele se apresentou ao hospital, esta mostrou uma série de documentos, como carteira de habilitação, carteira do Conselho Regional de Medicina e até mesmo diploma de medicina, dados que foram pesquisados pela entidade. “Todo profissional que aqui chega, tem seus antecedentes pesquisados no CREMESP, porém até pouco tempo o site do órgão não disponibilizava a foto do médico cadastrado, apenas seu nome, dados cadastrais e a situação do mesmo, informações que estavam em ordem em nossa primeira consulta”, afirma.

Ao mostrar o site do CREMESP a nossa equipe, pudemos conferir que o cadastro realmente existe e que Cibele se utilizou do nome e os dados de uma médica oficial, que se parece com ela. Entretanto, o CRM apenas passou a adotar recentemente as fotos dos seus médicos cadastrados em suas fichas on-line e foi exatamente por conta desta nova medida que Cibele foi descoberta em Alumínio. Como todos os dados pareciam em ordem na época, à mulher foi destinada normalmente a atender pacientes, mesma medida que provavelmente foi empregada em todos os hospitais pelos quais a farsante passou. No caso de São Roque a mulher foi destinada a substitur profissionais no setor destinado a pacientes conveniados

Segundo Sidney, até o momento não existem nenhuma queixa do atendimento da falsa médica registrada na ouvidoria da Santa Casa, porém o hospital abrirá um inquérito para investigar os casos atendidos pela falsa médica durante os 45 dias em que atendeu no hospital.

Ao ser questionado se Cibele talvez tivesse algum conhecimento médico, pela a falta de reclamações e o relato de alguns pacientes de que a mulher teria efetuado procedimentos legítimos aos pacientes atendidos, o interventor fala que não pode afirmar nada, mas que é possível. “Ela pode ter abandonado o curso de medicina, pode ter se formado em outro país, não é possível afirmar nada agora, afinal pela quantidade de documentos falsos que ela nos apresentou, nós nem ao menos podemos afirmar que o nome dela é mesmo Cibele”.

O interventor finaliza que todos os pacientes atendidos pela falsa médica podem procurar a Santa Casa para realizarem uma nova consulta.

Assim como a Prefeitura de Mairinque, Sidney diz que a empresa responsável pela indicação dos médicos a serem contratados é a empresa Innovaa – Gestão em Saúde e Medicina Ocupacional Ltda. O Jornal da Economia entrará em contato com a empresa.

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