08/06/2015 às 13h28min - Atualizada em 08/06/2015 às 13h28min

'O que o governo conseguiu até agora foi virar a indústria de ponta-cabeça', diz Skaf ao comentar a alta da Selic em plena recessão

Texto: Assessoria de Imprensa - Foto: Reprodução / Internet
Texto: Assessoria de Imprensa - Foto: Reprodução / Internet

Na quarta-feira (3/6) o Comitê de Política Monetária, Copom, divulgou o novo valor da Selic, a taxa básica de juros da economia: 13,75%, com aumento de 0,5 ponto percentual.  O Banco Central elevou a Selic em 6,5 pontos percentuais, o maior ciclo de alta dos juros desde a adoção do Regime de Metas, em 1999. 

Em 28 de maio, o IBGE divulgou queda do PIB de 0,2% no primeiro trimestre de 2015. Os dados indicam continuidade da retração econômica no segundo trimestre: a indústria teve queda de 1,2% em abril, e o desemprego, medido pela PNAD/IBGE, subiu para 8% no mesmo mês.

A definição técnica de recessão é a ocorrência de crescimento negativo por dois trimestres seguidos. No primeiro trimestre do ano o crescimento do PIB foi negativo, e já é consenso no mercado que o segundo também será.

Mesmo assim, na terça-feira (2/6), em Paris, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que “a gente vai virar a nossa produção industrial”.

“Com essa política, o que o governo conseguiu até agora foi virar a indústria de ponta-cabeça, e não há nenhum sinal de virada com esta alta dos juros”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). 

“O governo brasileiro não precisa mais subir os juros, muito menos aumentar impostos. Precisa, sim, promover forte diminuição de gastos para atingir o equilíbrio fiscal e retomar o crescimento da produção e do emprego”, disse Skaf. “Sem demanda e sem crédito não há razão para um juro tão alto.”

O governo anunciou na semana passada um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões das despesas aprovadas no orçamento, porém gastará mais de R$ 450 bilhões em juros.

“É um absurdo”, finalizou Skaf.


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