A Corporação Musical Liberdade, entidade sem fins lucrativos e proprietária do prédio histórico, situado na rua Enrico Dell’Acqua, 102 - que, por um século abrigou a “Banda Liberdade” – foi contemplada no Edital 1 /2014 do Fundo Municipal de Cultura de São Roque, com o projeto de Preservação do Acervo do Centro de Memória da Corporação Musical Liberdade. A verba destina-se, em parte, à imunização à base de Raio Gama, do acervo em papel, madeira e tecido pertencente à CML, contra cupins, fungos e outros agentes de deterioração.
Acervo Centenário
A CML, que tem como atual presidente Maria Celina Machado Alé, através da ação de sucessivas administrações, é a única corporação musical da cidade de São Roque, dentre as três que surgiram no final do século 19 (Liberdade, Conte di Torino – Carlos Gomes e 7 de Setembro), a conservar praticamente intacto seu acervo de centenas de partituras, fotos e documentos, muitos deles históricos, além de mobiliário, indumentária (uniformes e quepes) e instrumentos musicais que podem hoje ser considerados peças de museus.
A imunização do acervo à base de radiação Gama é um processo realizado atualmente para conservação de acervos culturais pelo IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares, em parceria com a USP – Universidade de São Paulo. O acervo da CML foi acondicionado e conduzido à sede do IPEN, na Cidade Universitária, na capital, pela equipe da MRizzo Restaurações, empresa especializada em restauro de obras de arte e acervos de museus, sediada em São Paulo.
Catalogação
O projeto de Preservação do Acervo do Centro de Memória da CML prevê também o desenvolvimento de um sistema de catalogação para as coleções, sob consultoria da historiadora Gisele Moraes, que possibilite a organização de cada segmento do acervo, a identificação de cada peça dentro do contexto histórico da Banda Liberdade, com a finalidade de preservação e o objetivo final de difusão para pesquisa.
Antes de ser contemplado no Edital 1/2014 do FMC SR, o projeto teve outras etapas, desde agosto de 2014, com apoio financeiro de pessoas e empresas, quando foram realizadas ações de higienização e quantificação das coleções do acervo, que tem curadoria da jornalista e produtora cultural, Sílvia Mello, idealizadora e gestora do projeto.