Em comemoração ao Dia da Ação Anti-Manicomial, no dia 18 de maio, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de São Roque realizou uma ação de conscientização á população do município de São Roque, realizando uma caminhada do centro da instituição, na Rua José Bonifácio de Andrade Silva, agentes e pacientes foram até a Praça da Matriz, onde realizaram algumas ações, mostrando o trabalho de alguns pacientes e distribuindo panfletos.
Segundo o Diretor de Saúde de São Roque, Sandro Rizzi, a ação é importante para conscientizar a população de que os pacientes com dificuldade mental não são muito diferentes das pessoas comuns, tendo necessidades e direitos como qualquer ser humano. “Temos hoje aqui pacientes que ficaram internados por longos períodos de tempo e que graças à ação do CAPS, hoje vivem normalmente, estando inseridos na comunidade”, afirma o diretor.
Ações como esta são importantes, pois hoje o maior problema com relação ao tema parte da própria população, que não entende que o paciente com transtornos mentais podem viver normalmente com o tratamento certo, muitas vezes sendo um membro funcional da sociedade. Por conta desta idéia equivocada, muitas pessoas pensam apenas em internar seus familiares e não em tratar os mesmos, excluindo o paciente do convívio em sociedade, uma ação traumática e nociva para a pessoa com transtornos psíquicos.
A ação do CAPS vem para mudar este quadro, tratando pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, sempre visando o âmbito econômico, social e da saúde, um trabalho que, segundo o Chefe do Serviço de Saúde Mental, Ricardo Francisco Camargo é totalmente diferente do que os antigos manicômios. Um hospital psiquiátrico não realiza um tratamento e nos moldes atuais ele pode ser visto apenas como um depósito de seres humanos. É desumano que uma pessoa fique internada em um hospital psiquiátrico. “Eles não são educados, somente medicados e não tem o tratamento necessário”, comenta Ricardo.
Por conta destes fatos é tão importante que a população passe a ser mais atuante quando lidar com seus cidadãos vítimas de transtornos mentais, para que os mesmos possam se encaixar na sociedade e não serem segregados dela. “Quando cheguei ao CAPS eu estava muito ruim, mas encontrei uma família, um pessoal maravilhoso e que me acolheu super bem. Só tenho que agradecer a Deus e a estas pessoas maravilhosas, que cuidam de nós”, afirma Wilson Aparecido Robin, um dos pacientes da instituição e que hoje é um membro produtivo da sociedade.