08/05/2015 às 11h13min - Atualizada em 08/05/2015 às 11h13min

Começa o julgamento de Daniel Rosa, o ‘Pé de Veludo’, em São Roque

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Daniel Rosa, conhecido pela alcunha de “Pé de Veludo”, começou a ser julgado pelo judiciário na tarde de quinta-feira, dia 30 de abril. Daniel foi preso pela Polícia Civil de São Roque em 13/09/2012, na cidade de Carapicuíba, através de uma denúncia anônima e na época, em entrevista em vídeo exclusiva para o Jornal da Economia, negou qualquer tipo de participação em atos criminosos. O suspeito é acusado de ter assaltado diversas residências entre 6 de agosto se 2011 a 29 de agosto de 2012.

O Julgamento teve início às 14h20 e ao todo 19 testemunhas foram chamadas para prestar depoimento ao juiz sobre a ocasião que suas residências foram assaltadas. As vítimas descreveram suas experiências aos presentes e, pelos seus depoimentos, aparentemente todos os crimes foram cometidos pela mesma pessoa.

O modus operandi do criminoso era sempre o mesmo. Atacando as residências durante a noite e madrugada. O criminoso mostrava um alto nível de habilidade ao entrar nas residências sem ser percebido, mesmo tendo que burlar sistemas de segurança e arrombar cadeados em algumas situações. O assaltante somente era notado pelas vítimas quando este anunciava o assalto, muitas vezes acordando os proprietários das residências em suas próprias camas.

Uma vez que tivesse a situação sobre controle, o assaltante pedia por dinheiro, jóias e até mesmo armas, revistando as residências em assaltos que duravam de 15 minutos a pouco mais de 1 hora, mas que renderam prejuízos de mais quase R$70 mil reais a algumas pessoas.

Bandido educado

Outro fator que chama a atenção na descrição dos crimes é o comportamento do criminoso. Educado e, com exceção de um caso, sem nunca agredir ninguém, segundo suas vítimas o assaltante se mostrava compreensivo e respeitoso, chegando até mesmo a dar dicas de segurança para algumas pessoas. “Ele chegou a dizer 'se a senhora tivesse trancado isso (o trinco de uma janela), eu não poderia ter entrado'”,  afirmou uma das vítimas, uma senhora de quase 90 anos.

Muitas vítimas também afirmarem que o assaltante não agia sozinho. Segundo os relatos em diversos momentos o criminoso se comunicava com outra pessoa, pedindo para que viesse buscá-lo ou para encontrá-lo em um determinado lugar. Em um caso especifico, uma vítima relatou que uma pessoa vigiava sua casa dias antes do assalto. “Um ou dois dias antes do assalto, tinha um cara fazendo dedetização do terreno ao lado da minha casa. Achei a atitude suspeita porque o homem, que era branco baixo e gordinho, que reparando em minha propriedade. Perguntei para ele o que ele estava fazendo e ele me disse que tinha sido contratado para fazer um trabalho ali, mas quando liguei para a dona do terreno e ela não tinha contratado ninguém”, afirmou. Segundo o homem outras vítimas também teriam visto está mesma pessoa em volta de suas propriedades antes de cada assalto, hora vestido de eletricista hora de dedetizador, embora o suspeito nunca tenha sido preso.

Embora tenham prestado depoimentos detalhados sobre o ocorrido, nenhuma das vítimas ouvidas conseguiu ver o rosto do assaltante, que escondia sua identidade utilizando-se de mascaras e também usando luvas e disfarçando a voz para evitar que suas vítimas reconhecessem a cor de sua pele ou sua fala. Embora muitas das pessoas ouvidas tenham afirmado que conseguiu ver a pele negra do assaltante, a maioria dos depoimentos somente conseguia descrever o criminoso como alguém alto e forte, uma descrição que bate com a de Daniel, que mesmo aos 52 anos aparenta estar em plena condição física.

Após prestarem suas declarações, algumas as pessoas eram questionadas se acreditavam que conseguiriam reconhecer o criminoso, encaminhadas a uma pequena porta com vidro especial, que dava para uma sala onde se encontrava Daniel, para que pudesse reconhecê-lo. Com excesso de uma vítima todas as que se submeteram reconheceram Daniel, que se encontrava com outro criminoso que era trocado de tempos em tempos.

O acusado e sua defesa

Após todas as testemunhas serem ouvidas, Daniel foi chamado a depor. Sempre calmo, o acusado negou qualquer participação nos crimes, assim como a existência de alguns pertences que estavam em sua casa e que foram reconhecidos pelas vítimas, entre pertences pessoais e uma arma supostamente utilizada no crime. “Sou totalmente inocente.  A arma que foi  encontrada não estava na minha casa. Podem fazer testes e não vão achar digital nenhuma minha”, afirmou acusado.

Segundo Alberto Vilhena duro, advogado que representa Daniel, é lamentável a situação em que as vítimas se passaram, mas nenhuma delas pode provar com certeza que seu cliente é o autor dos crimes. “Se você observar, a maioria fez o reconhecimento de forma genérica, pela altura, estrutura física, forma do olho e cor de pele, mas categoricamente nenhum deles falou que é o Daniel”.

Segundo advogado o policial que realizou a prisão do acusado ainda será ouvido no dia 11 de maio, onde a promotoria deve interrogá-lo sobre a situação a cerca de alguns assuntos da ocorrência, como se o acusado ofereceu algum tipo de resistência a prisão.

Após todas as vítimas serem ouvidas, o caso será avaliado e a sentença deve sair e segundo o juiz encarregado do caso, a sentença deve ser anunciada entre os meses de junho e julho. 

 

 


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