Epidemia de dengue deve atingir São Roque

Segundo o Departamento de Saúde de São Roque, a cidade deve sofrer de uma epidemia de dengue em 2015. Durante a Audiência Pública ao Gestor do Sistema Único de Saúde do Município de São Roque, o corrida no dia 26 de fevereiro, o Diretor de Saúde Municipal, Sandro Rizzi, falou sobre a situação da cidade com relação a doença. Segundo o médico, o quadro municipal é sério, porém não há necessidade de pânico por parte da população, que deve se unir ao município e fazer sua parte na luta contra a propagação da enfermidade.

O Diretor de Saúde disse que a luta contra a dengue foi o maior desafio enfrentado pelos órgãos de saúde de São Roque em 2014. Ao ser questionado por um vereador, durante a audiência Sandro chegou a comentar que o município somente não foi atingido pela epidemia no ano passado, graças ao trabalho de prevenção e controle desempenhado pela equipe de zoonoses do município. Por conta deste trabalho, mais pessoas devem ser contratadas para integrar a equipe na luta para tentar evitar a infestação, embora os prognósticos não sejam positivos.  “Nossas projeções estatísticas mostram que este ano nós teremos uma epidemia, independente do que façamos”, afirmou o Diretor de Saúde Municipal, Sandro Rizzi em entrevista exclusiva ao Jornal da Economia, após o fim da audiência.

Segundo o médico, São Roque sofre sim de uma infestação do mosquito Aedes aegypti, porém isto não quer dizer que a cidade esteja infestada com a dengue. “Nós temos o Aedis na cidade inteira e isto é uma realidade em todo o Estado de São Paulo. Hoje dizemos que a cidade que diz não ter o mosquito, na verdade não procurou de forma correta. Mas o mosquito que está em São Roque não foi infectado o que ocorre, quando uma pessoa que já contraiu a doença em outra cidade, vem para a cidade e é picado com o mosquito”, afirma. Deste modo, São Roque acaba sendo vítima de cidades da região que já lidam com situações muito sérias com a doença, como Sorocaba, que segundo o jornal Cruzeiro do Sul, registrou em apenas uma semana 4.663 novos casos de dengue, totalizando mais de 8 mil até o momento.

A epidemia e as medidas de contingência

Sendo assim é normal que pessoas infectadas venham a cidade e sejam picadas pelo mosquito, que passará a infectar  pessoas do município, fato que já começa a acontecer rapidamente. Segundo dados divulgados pelo setor de zoonoses do município, até o dia 23 de fevereiro, haviam 14 casos confirmados de pacientes com a doença, sendo que deste total, oito eram importados (contaminados em outras cidades) e seis que adquiriram a doença em São Roque. Até o inicio desta semana o número já havia saltado para 30 casos, sendo 16 importados  e 14 acontecidos em São Roque, porém segundo dados do Dr. Sandro, até o fechamento desta edição, os casos confirmados já passam de 40. “Devemos entrar em estado de emergência (50 casos confirmados) já na semana que vêm”, afirma.

O número de casos deve continuar subindo e estimativas estão sendo feitas para saber quando a cidade deve entrar em estado de epidemia, ou seja, mais de 150 casos confirmados. Porém a Prefeitura já começa a se preparar para este quadro e segundo o departamento de saúde, no caso de uma epidemia, centros de hidratação - o principal tratamento contra a doença - devem ser montados nos postos de saúde de São Roque, que já estão sendo treinados para lidarem com a situação. Tendas de hidratação também devem ser colocadas na Santa Casa e já existe um planejamento de transito para que o fluxo de carros para o hospital seja liberado. Treinamento de voluntários do sistema de saúde também estão acontecendo, dentre outras ações.  

Entretanto embora o quadro seja preocupante, não há motivo para preocupação por parte da população, que deve a qualquer sinal de febre, dores pelo corpo e manchas pelo corpo devem procurar atendimento clinico, pois já existem exames rápidos que podem identificar os portadores da doença. Segundo o Diretor de Saúde, o quadro de Dengue Emorragica, geralmente ocorre em cidades que já tenham passado por um período de epidemia, já que a doença  é uma resposta extrema do sistema imunológico a doença.

Segundo Dr. Sandro a batalha contra a dengue não pode ser vencida sem a ajuda da população, que deve começar a utilizar-se de repelentes e acabar com focos do mosquito em suas residências, presntando atenção a lugares não tão lembrados mas que podem abrigar o inseto. “Os ralinhos do banheiro, aquele reservatório de água embaixo das geladeiras, são locais muito propícios para o mosquito, assim como as caixas de água (pois os mosquitos tem entrado pelo “ladrão” e infectado o local) e outros lugares. Temos que fazer a lição de casa”, aconselha o Diretor de Saúde.