05/08/2024 às 10h58min - Atualizada em 05/08/2024 às 10h58min

Rebeca Andrade Conquista Ouro no Solo e se Torna a Maior Medalhista Olímpica do Brasil

Multimedalhista, que se despede de Paris com quatro medalhas, foi quarta colocada na trave, aparelho no qual a estreante Julia Soares foi sétima.

COB.org
Rebeca Andrade compete na final do solo - Foto: Alexandre Loureiro/COB.

Para uma última dança, que despedida! No mais popular dos aparelhos da ginástica artística, Rebeca Andrade embalou a Arena Bercy e deixou Simone Biles para trás, fechando sua campanha nos Jogos Olímpicos Paris 2024 com um espetacular ouro no solo, com nota 14.166. Foi a sexta medalha olímpica da paulista, que agora se consagra como a maior medalhista olímpica do Brasil, à frente de Robert Scheidt e Torben Grael, ambos com cinco medalhas.

Esta foi a primeira vez que uma mulher brasileira subiu ao pódio olímpico no aparelho. Até então, o melhor resultado era um quinto lugar, conquistado pela própria Rebeca em Tóquio 2020 e por Daiane dos Santos em 2004. No masculino, Diego Hypolito e Arthur Nory foram prata e bronze, respectivamente, na Rio 2016.

Em Paris, Rebeca conquistou quatro medalhas. Além do ouro no solo, ela também foi prata no individual geral e no salto, além de bronze por equipes. Na trave, cuja final também foi disputada nesta segunda-feira, ela ficou em quarto lugar. Em Tóquio 2020, Rebeca já havia conquistado duas medalhas: ouro no salto e prata no individual geral.

Rebeca Andrade brilha na execução e conquista ouro inédito

Rebeca simplificou ligeiramente sua série em relação à classificatória, sem o Sem Mãos Tsukahara na primeira passada. Os demais elementos foram mantidos, e a execução levantou a Arena Bercy pela precisão e graciosidade ao som de Beyoncé e Anitta.

Ela recebeu nota 14.166, acima dos 13.900 da classificatória, nota que a colocaria temporariamente na liderança, ainda com sete atletas por vir. A comissão técnica brasileira ainda recorreu por uma revisão na nota de dificuldade, mas o pedido foi negado.

A brasileira teve que esperar enquanto uma a uma as adversárias se apresentavam. Na apresentação de Simone Biles, que tinha um altíssimo grau de dificuldade, duas falhas importantes: a americana pisou duas vezes com ambos os pés fora do tablado. Essas falhas geraram um desconto de 0.6 e foram determinantes. Com 14.133, Biles ficou atrás de Rebeca, que garantiria ao menos o bronze.

A romena Sabrina Maneca-Voinea e a americana Jordan Chiles foram as duas últimas a se apresentarem e não superaram a brasileira. No aparelho que consagrou Daiane dos Santos em Mundiais e marcou a redenção olímpica de Diego Hypolito, finalmente o Brasil reinou no palco olímpico. Nada mais justo do que ser Rebeca Andrade a coroar esse momento histórico no topo do pódio.

Rebeca Andrade fica em quarto na trave

A final da trave foi a segunda do programa desta segunda-feira (5). Foi marcada por muitos desequilíbrios e quedas de seis das oito finalistas. A favorita, a chinesa Yaqin Zhou, mesmo com uma nota muito abaixo da feita na classificatória (14.100), se manteve na ponta durante toda a primeira metade.

Julia Soares, competindo em seu primeiro grupo, fez uma apresentação consistente até também se desequilibrar. Ela recebeu nota 12.333 e terminou na sétima posição.

“Para mim foi incrível competir com as melhores do mundo. Eu errei, só levantei a cabeça e terminei a série. Claro que queria ter acertado, mas erros acontecem e está tudo bem. É minha primeira Olimpíada e estar em uma final já é extremamente gratificante. Quero voltar, me preparar mais e ficar pronta para Los Angeles”, disse Julia.

A italiana Alice D’Amato, primeira a fazer uma apresentação limpa, tirou 14.366 e ficou em posição confortável à espera de Biles e Rebeca. Ela terminaria com o ouro, seguida de Yaqin Zhou, com a prata, e da também italiana Manila Esposito, com o bronze.

Penúltima a se apresentar, Biles fazia uma apresentação impecável até cair e chocar o público. A demora para a divulgação da nota elevou ao máximo a tensão. Ela recebeu 13.100, quarta nota até então, ficando fora do pódio.

A expectativa tomou conta da arena para a apresentação de Rebeca, a última a executar a série. A brasileira teve pequenos desequilíbrios, mas nada que comprometesse gravemente. Os árbitros de dificuldade, no entanto, consideraram que ela não fez alguns elementos de ligação e descontaram 0.4 da nota de partida, que caiu de 6.100 para 5.700. Assim, mesmo sem quedas e cravando a saída, Rebeca recebeu 13.933 e fechou na quarta colocação.

 

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