22/07/2024 às 10h20min - Atualizada em 22/07/2024 às 10h20min

Atleta que cresceu em São Roque estará nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Paris será a segunda Olimpíada de Ana Carolina Azevedo. Ela correu os 200m nos Jogos de Tóquio, terminando em quinto sua bateria eliminatória

Fotos: Wagner Carmo / CBAt

Pela quarta edição seguida o Brasil terá uma atleta de São Roque em sua delegação. E, desta vez, acompanhada de uma agregada campeã mundial. 

O nome da nossa cidade pode até não estar na certidão de nascimento de Ana Carolina Azevedo, mas a velocista classificada a Paris-2024 nos 100m rasos e nos 200m, provas do atletismo, se considera uma são-roquense.

Também, pudera. Foi formada atleta treinando por sete anos no Quintinão e, durante a maior parte da carreira, defendeu as cores do Grêmio União Sanroquense. Foi pelo GUS que ela foi federada e chegou à elite do atletismo nacional, ainda na base.

“Eu também fiz umas provas de salto em distância, mas meu foco sempre foi nos 100m e nos 200m. Comecei no Pré-Mirim, quando ainda era só 150m e 60m. Treinava na brita do Quintinão e, de terça e quinta, o treino era no Grêmio. Só tinha contato com pista oficial quando ia competir”, ela contou.

Ana nasceu em Pedro de Toledo, no Vale do Ribeira. Quando tinha 7 anos, o pai, funcionário da CPFL, foi transferido para Mairinque, onde ela conheceu o atletismo a partir de um professor. “Ele viu que eu tinha uma diferença do resto da galera, conversou com minha mãe, e pediu para eu ir treinar em um campo de futebol de Mairinque”.

Quando a família se mudou para São Roque, pouco tempo depois, ela foi apresentada ao então treinador Luciano da Silva, que mantinha um projeto no Quintinão, ligado ao Grêmio. Ana foi atleta deste projeto dos 9 aos 16 anos.

Tinha 13 anos quando viu Geisa Arcanjo, que também começou naquele projeto, chegar a uma final olímpica. “Ela morava em uma rua debaixo da minha, o pai dela tinha uma pizzaria perto. Eu lembro que a gente se reuniu pós-treino na lanchonete do Grêmio para assistir. Isso me inspirou, porque a gente vê que uma pessoa saiu ali e chegou onde chegou, então a gente poderia fazer igual”.

Geisa agora está aposentada como atleta, enquanto Ana vai à sua segunda Olimpíada. Agora, é a vez dela ser a inspiração, mas a velocista lamenta o fim da escolinha de atletismo após as acusações de assédio contra Luciano.

“É triste ver acabar assim. Poderia ter tantos talentos lá. É frustrante você ver o lugar onde você começou não ser mais uma base. Depois de mim precisa ter outros atletas correndo melhor que eu, porque é safra. Isso me entristece e preocupa”, diz.

Paris será sua segunda Olimpíada. Correu os 200m nos Jogos de Tóquio, terminando em quinto sua bateria eliminatória, e foi quarta colocada no revezamento 4x100m do Mundial de Revezamentos de 2019 (o mesmo em que Paulo André foi campeão mundial). 

Na Vila Olímpica do Japão, conheceu a atual noiva, a boxeadora Bia Ferreira, medalhista olímpica e campeã mundial amadora e profissional. As duas moram juntas em São Paulo, para onde Ana se mudou aos 16 anos, depois que o pai voltou para a cidade natal dela. 

Inspirada na companheira multicampeã, vive a melhor fase de carreira. Correu o recorde pessoal nos 100m (11s18) e nos 200m (22s91) este ano, resultados que a colocaram dentro do top8 de todos os tempos no Brasil nas duas provas, à frente inclusive de medalhistas olímpicas.

Ex-aluna da EMEF Maria Aparecida de Oliveira Ribeiro, na Vila Nova, e no Manley Lane, mantém contato com ex-colegas, professores e até com os diretores, e sempre que pode volta a São Roque, acompanhada da noiva, que adora a cidade. “Ela disse que voltaria todo dia, se pudesse”.

Está nos planos, para depois dos Jogos, passear pelo Roteiro do Vinho, o que elas ainda não fizeram. Quem sabe, levam pelo menos uma medalha olímpica para passear.


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