12/07/2024 às 17h24min - Atualizada em 12/07/2024 às 17h24min

Golpe da falsa central telefônica de banco é o segundo mais comum e afeta 32% dos brasileiros

Perita explica como reagir à ação dos golpistas, que fingem ser atendentes de bancos para ter acesso a dados pessoais das vítimas

Foto: Divulgação
A situação parece urgente, a abordagem é convincente, mas, no fim, tudo não passa de um golpe. É assim que bandidos estão usando falsas gravações e simulando o atendimento de centrais telefônicas de bancos para ter acesso a dados pessoais das vítimas.

Ao atender o telefone, a pessoa ouve uma gravação que informa sobre uma suposta compra realizada no cartão de crédito, destacando o valor e outras informações sobre a transação. A mensagem pede para a vítima aguardar na linha se ela desconhecer a aquisição.

Em seguida, um falso atendente assume a conversa e oferece uma solução para o problema. Para isso, solicita dados pessoais, como o número do cartão, senhas ou chaves de segurança. Também há casos em que os golpistas levantam dúvidas sobre transações suspeitas por Pix para ter acesso às informações.

O golpe da falsa central telefônica já é o segundo mais comum no país, de acordo com levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade aponta que 32% dos brasileiros já sofreram uma tentativa ou golpe desse tipo. Em primeiro lugar, ainda está a clonagem e a troca de cartões (44%) e, em terceiro, aparecem os pedidos de dinheiro por WhatsApp (31%).

A perita Beatriz Catto explica que os golpistas são convincentes no contato com as vítimas por conta de uma técnica de manipulação conhecida como engenharia social, que explora falhas humanas para obter informações privadas ou valores. “A forma de abordagem, quando você continua na linha, te conduz a acreditar que aquilo é real. A vítima ouve sons ao fundo, como se fosse uma central mesmo. Há todo um roteiro em cima disso”, detalha.

Outro ponto que torna as pessoas mais suscetíveis a cair nesses golpes é, segundo a especialista, a sensação de urgência transmitida pela narrativa. “Os golpistas fazem parecer que é urgente, pois fizeram uma suposta compra com o cartão e aquela ligação é necessária para evitar o prejuízo. A vítima fica afobada e acaba caindo no golpe”.

Os bandidos também se valem de um detalhe sobre a numeração do cartão de crédito para induzir as vítimas a informar os dígitos finais. “Os cartões têm por padrão começarem com a mesma numeração. O golpista pode, então, dizer os primeiros números e, em seguida, pede que a pessoa diga os últimos dígitos para comprovar que é ela mesma. Então, há toda uma engenharia social para que as vítimas acreditem que o contato é verdadeiro”, completa a perita.

Muita calma nessa hora
Beatriz afirma que, ao receber uma dessas ligações, a tranquilidade é fundamental. “Particularmente falando, quando eu recebo uma ligação de alguém dizendo ser do banco, eu desligo. Aí, havendo dúvida, eu entro no aplicativo do banco e verifico. Ou, se preferir, a vítima pode ligar para a instituição bancária usando os números indicados em canais oficiais”.

Há, ainda, uma variação desse golpe, que envolve o envio de uma mensagem de texto e solicitação para que a vítima clique em um link. “Quando a tentativa de golpe vem por mensagem, não se deve clicar nesse link, pois ele pode redirecionar para alguma clonagem ou aplicativo de acesso remoto”, alerta a perita.

Para aqueles que levaram a conversa adiante e caíram no golpe da falsa central, a especialista diz que o primeiro passo é entrar em contato com o banco e tentar bloquear o cartão. “Dependendo dos dados passados, o cartão pode ser usado rapidamente, então, é importante fazer esse contato e, depois, registrar um boletim de ocorrência”, finaliza.

A Febraban informa que os bancos até podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, no entanto, salienta que as instituições nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, pagamentos ou estornos de transações nessas ocasiões.

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