As obras sustentáveis representam uma nova abordagem na construção civil, que busca incorporar práticas ecologicamente responsáveis e eficientes em todas as etapas de implementação e operação de um projeto. O principal objetivo dessas práticas é minimizar o impacto ambiental e otimizar a eficiência no uso de recursos e energia.
Um elemento essencial das obras sustentáveis é a arquitetura inteligente. Este conceito se refere ao projeto de edifícios que empregam tecnologias avançadas e inovadoras para aprimorar a eficiência energética, diminuir o desperdício e proporcionar um ambiente saudável e confortável para os ocupantes. Isso pode envolver o uso de materiais de construção ecológicos, sistemas de ventilação natural, iluminação eficiente e sistemas inteligentes de controle climático.
A eficiência energética é um aspecto crucial nas obras sustentáveis. Ela envolve a aplicação de tecnologias e práticas que diminuem a quantidade de energia necessária para a operação de um edifício. Isso pode incluir o uso de isolamento térmico, vidros eficientes, sistemas de aquecimento e refrigeração de alta eficiência, e a geração de energia no local por meio de fontes renováveis, como painéis solares.
Outro componente fundamental das obras sustentáveis é a gestão eficiente de recursos e resíduos. Isso implica na minimização do uso de recursos naturais, na reciclagem de materiais de construção e na redução da geração de resíduos. Além disso, a água da chuva pode ser coletada e reutilizada, e os resíduos orgânicos podem ser compostados.
No contexto das obras sustentáveis, o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e o Greenbuilding desempenham papéis fundamentais. O LEED é um sistema de certificação internacionalmente reconhecido para edifícios verdes, que fornece um quadro para a criação de edifícios saudáveis, altamente eficientes e de custo reduzido. Por outro lado, o Greenbuilding é um movimento que promove a sustentabilidade na indústria da construção.
No Brasil, a política nacional tem incentivado cada vez mais a construção sustentável. Existem várias iniciativas e regulamentos em vigor que promovem a eficiência energética, a gestão de recursos e a minimização de resíduos. Apesar dos desafios, o cenário atual mostra um aumento na adoção de práticas de construção sustentável, com um número crescente de edifícios sendo certificados como verdes. Este movimento reflete a crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade na construção civil, e a necessidade de práticas que minimizem o impacto ambiental enquanto maximizam a eficiência e o conforto.
No Brasil, existem vários exemplos de sucesso em obras sustentáveis. Um exemplo notável é a Torre Nations, em São Paulo. Este edifício, construído há mais de 30 anos, adotou estratégias de sustentabilidade e obteve a certificação LEED O+M para edifícios existentes, ganhando a categoria Silver ( http://www.wtorre.com.br/Socioambiental ).
Além disso, o Brasil tem uma oportunidade única de se tornar uma potência em sustentabilidade, dada a abundância de recursos naturais e capacidades do país. A McKinsey mapeou três avenidas associadas à economia verde nas quais o Brasil pode assumir um papel de liderança global: energia renovável, energia e materiais à base de bio, e mercados de carbono. Juntas, essas avenidas representam um mercado de mais de USD 125 bilhões ( https://www.mckinsey.com/br/en/our-insights/all-insights/the-green-hidden-gem-brazils-opportunity-to-become-a-sustainability-powerhouse ).
O país tem uma abundância de fontes de energia renovável, incluindo hidro, biomassa, vento e solar. O vento e a energia solar provavelmente se tornarão as principais fontes de geração de eletricidade no país, podendo atingir 47% da capacidade instalada total até 2040.
Esses exemplos demonstram o compromisso do Brasil com a construção sustentável e a eficiência energética, e destacam o potencial do país para liderar a transição global para uma economia mais verde e sustentável. A adoção de práticas de construção sustentável no Brasil está em ascensão, com um número crescente de edifícios sendo certificados como verdes, refletindo a crescente conscientização sobre a importância da sustentabilidade na construção civil.
AUTORES Cássio Eduardo Giroldo Químico Industrial, MBA em Engenharia de Produção, Lean Six Sigma Master Black Belt. Atua como Gerente de Operações na indústria de selantes e adesivos, Bestseal. Com 20 anos de atuação, tem sólida experiência em segmentos da indústria química, alimentícia e farmoquímica em empresas multinacionais como Cargill, Nissin Foods, Roquette, atuando nas áreas de Qualidade e Melhoria Contínua. Hoje faz um amplo trabalho nas áreas de desenvolvimento e certificações de processos e atua em conjunto com grupos de trabalho em associações e institutos de normas técnicas.
Eric Sola da Silva Engenheiro Industrial, MBA e Lean Six Sigma Black Beltpela Pennsylvania State University Atua como Engenheiro Sênior de Vendas na Lenovo, EUA. Com 25 anos de experiência em diversas indústrias e tendo trabalhado para empresas multinacionais como Flextronics e DSV Panalpina, ele possui ampla experiência na implementação de projetos e modelos de melhoria contínua, como Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing), Six Sigma e o Modelo Shingo. Atualmente, ele trabalha na divisão de Cloud Computing da Lenovo, na Carolina do Norte, EUA, implementando e aprimorando processos de vendas e Supply Chain.
