13/02/2015 às 09h29min - Atualizada em 13/02/2015 às 09h29min

Gente de Expressão: Ludovico Ceccato

Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa
Da Redação: Rafael Barbosa - Foto: Rafael Barbosa

Ludovico Ceccato pode não ter nascido em São Roque, mas já tem a cidade no coração e sua contribuição para a população carente da região faz com que nosso município sinta orgulho de chamá-lo de cidadão. O Presidente/Fundador da entidade beneficente Lar Mãe da Providencia já trilhou um caminho árduo, mas cheio de solidariedade e bondade em sua vida.

Vindo de família humilde, sua mãe era pedinte e conheceu seu pai enquanto este coletava sucata na rua, formando uma família que enfrentou grandes problemas quando o pai foi preso. “Sou fruto de visita íntima. Costumo dizer que fui feito na cadeia e nasci na ambulância”, brinca Ludovico.

Vivendo uma vida de muita carência, não apenas financeira, mas religiosa e emocional, Ludovico encontrava a felicidade no amor de sua família e nos pequenos gestos de bondade das pessoas que passaram por sua infância. Um dos casos que lembra com carinho é da vez que uma professora pediu que ele e outras crianças da escola levassem pão a instituição, para que eles comessem junto com chocolate. “Eu não tinha um pão para levar, então disse que não gostava do chocolate. Mas ela cortou o pão que ela tinha levado pela metade, passou o chocolate e me entregou para que comesse com ela”, conta emocionado.

Gestos como este seguiram Ludovico até a vida adulta, quando passou a ter o sentimento de ajudar as pessoas e dar aos mais necessitados o que ele nunca teve, um pensamento que compartilhava com sua mulher, Maria do Carmo Silva Nunes Cecato. “Não devemos viver só para nós, mas também um pouquinho para as outras pessoas”, afirma.

O gesto do casal começou pequeno, com pequenas ajudas à pessoas que estivessem precisando, quando os dois ofereciam sua casa para tirar jovens das ruas provisoriamente. A idéia para a instituição veio depois e começou pequena, com uma ajuda singela para os mais necessitados e que precisavam de auxílio de modo geral, seja com proventos para se manter, até um auxilio psicológico ou mesmo religioso. “Começamos com pouca coisa, levando pães de casa em casa. Mas, com o tempo vimos que não era suficiente, que eles precisavam de alimentos, roupas e às vezes moradia”, lembra Ludovico. Conforme as famílias necessitadas foram crescendo, ele e sua mulher começaram a atendê-las em uma capela, nos finais de semana, onde as arrecadações conseguidas eram divididas entre os necessitados.

Querendo conhecer um pouco mais sobre a vida daqueles que ajudavam, os dois passaram a fazer visitas a essas pessoas e constataram que muitas delas se encontravam em estágio de abandono, sobrevivendo como podiam. “Assim surgiu a necessidade do acolhimento. Eu não podia deixar aquelas pessoas na rua e a partir disso, começamos a abrigá-las. Assim surgiu o Lar”.

Com este início humilde nasceu uma das maiores instituições beneficentes são-roquense. Hoje o Lar Mãe da Providência atende mais de 180 famílias, entre elas 530 crianças, aos finais de semana, além de acolherem 48 idosos que hoje vivem na instituição. Um trabalho gigantesco e que sobrevive e cresce unicamente com a ajuda voluntária, daqueles que querem fazer algo pelos necessitados.

São estas pessoas corajosas que ajudam o Lar Mãe da Providência, pessoas que se sensibilizam pela luta da instituição ou que até já passaram por ela e hoje voltam para ajudar outras pessoas. Segundo Ludovico, está atitude apenas faz crescer na bondade do ser humano. “Temos mania de olha para as pessoas e não ver o que elas tem de bom. Mas todos nos deveríamos ter a iniciativa de ver a bondade nelas”.

Embora ajude primariamente pessoas de idade, o lar se orgulha a tender todos aqueles que precisem de ajuda, não importa a idade, é uma luta que Ludovico Cecato trava a cada dia. Quando questionado sobre o que fosse feito da instituição que fundou juntamente com a mulher, esta verdadeira Gente de Expressão apenas responde. “Gostaria que continuasse a crescer, mas que também continuasse a ser um lar”.


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