20/05/2023 às 12h15min - Atualizada em 20/05/2023 às 12h15min

Prefeito diz que cooperativa de reciclagem foi ‘bom modelo’ no passado

Guto Issa ainda declarou que era impossível manter o funcionamento da Cooper Sol diante da situação que ela se encontra

Fotos: Carlos Mello
No último dia 12, o jornalista Carlos Mello esteve no prédio onde funcionava a Cooper Sol, cooperativa de lixo reciclável de São Roque que recentemente foi interditada pela Prefeitura Municipal. Na oportunidade, a reportagem conversou com diversas pessoas, dentre elas com Luan Townsend, porta-voz da Rede Sustentabilidade.



“Graças à divulgação da crise sanitária que o município está vivendo, espero que uma breve solução aconteça para o caso, já que existem pessoas desempregadas. Também estou como intermediador para um acordo com o Poder Público de modo que as partes envolvidas como a cooperativa, os trabalhadores e a própria Prefeitura saiam satisfeitas e com soluções sustentáveis”, afirmou ele.



O vereador Paulo Juventude também comentou: “Chegou a esta situação por falta de apoio do Poder Público. Alguns vereadores desconhecem o assunto, temos uma Câmara e que muitos são coniventes com o que o prefeito fala”.

Já a presidente da Cooper Sol, Patricia Santos, alegou que “a prefeitura prometeu apoio para a atuação dos trabalhadores, mas isso não aconteceu”.



Em outra ocasião, o Jornal da Economia questionou o prefeito Guto Issa a respeito do caso e ele declarou que era impossível manter o funcionamento da Cooper Sol diante da situação que ela se encontra. “A cooperativa de reciclagem já foi um bom modelo no passado, hoje tem que ser empresarial, licitação para a contratação de uma empresa. Não dava para manter aberta nas condições desumanas em que estava”, afirmou o governante.

Assista na íntegra a reportagem em vídeo através das redes sociais do JE.

Na semana passada, o assunto foi capa da nossa edição impressa. No dia 06 de maio, a cooperativa também recebeu a visita de Paulo Juventude e de Luan Townsend, que posteriormente divulgou um vídeo no Instagram mostrando as condições de emergência e abandono que há anos o local possui. “Além de implicar em uma agenda nada sustentável, são 15 trabalhadores e trabalhadoras com suas famílias que dependem da Cooper Sol como sua principal fonte de renda”, diz o texto descritivo do material divulgado.



Luan Townsend ainda explicou à reportagem que os intermediadores procuraram diretamente o prefeito Guto Issa para uma conversa e que tinham a expectativa de que houvesse uma prioridade por parte do governante, o que não ocorreu. A partir disso, foi conseguida através do vereador Diego Costa uma reunião com o assessor jurídico e o assessor de gabinete da prefeitura.

“Eles nos receberam e a gente conseguiu o compromisso de que os trabalhadores da cooperativa tenham preferência para serem empregados se quiserem na Frente de Trabalho daqui a algumas semanas e que sejam atendidos no Bem-Estar Social para conseguirem cestas básicas. Foram promessas que partiram desses dois servidores, mas é uma garantia mínima que a gente obteve. O que queremos realmente é algo um pouco mais justo, que seria o amparo do Poder Público a essas cooperativas após esse longo processo todo de abandono por parte da Prefeitura, tanto em gestões passadas quanto na atual”, disse Luan.

O porta-voz também declara que no encontro chegou a propor que a Prefeitura conceda um outro local, porque espaços não faltam para o governo são-roquense. “A intenção é que um novo local seja subsidiado à cooperativa para que ela se mude para um espaço com mais dignidade, infraestrutura e tenha um funcionamento correto. Isso ainda não conseguimos e, pela conversa que tivemos, é muito difícil que aconteça”, ressaltou Townsend.

Antes da publicação da matéria, a Prefeitura de São Roque também se posicionou a respeito do assunto e forneceu detalhes sobre o que motivou a interdição da cooperativa. “Fundada em 2008, a entidade atuava na destinação de materiais recicláveis no município, entretanto, com o passar dos anos, suas atividades passaram a se deteriorar, culminando numa série de transgressões apuradas por agentes da administração. É importante esclarecer que, sendo uma entidade privada, a cooperativa atua de forma independente da administração municipal, que apenas cedeu o espaço físico em gestões passadas para que a entidade realizasse sua operação, sendo ela a única responsável pela realização de suas atividades”, disse a Prefeitura.

O Poder Executivo ainda destacou que, após receber ações de vistoria promovidas por profissionais da Vigilância Sanitária, foram constatadas diversas irregularidades na atuação da cooperativa. “Além de atuar sem as devidas autorizações, profissionais da Cooper Sol trabalhavam sem equipamento apropriado e num ambiente insalubre, sendo que alguns deles moravam de forma irregular no imóvel utilizado pela cooperativa. Deste modo, por não conseguir cumprir de forma apropriada suas atividades e colocar seus trabalhadores em condições insalubres, as atividades da cooperativa foram suspensas após interdição da Vigilância Sanitária”, continuou o governo são-roquense, frisando que a interdição ocorreu por questões de saúde e não por questões estruturais do galpão presente no local.

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