16/12/2022 às 13h22min - Atualizada em 16/12/2022 às 13h24min

Vereadores criticam possível fechamento de escola no Bairro Sorocamirim

Alguns pais de estudantes procuraram parlamentares para reclamarem sobre o encerramento de atividades na unidade escolar

- Fotos: Divulgação

Os vereadores da Câmara Municipal de São Roque discutiram na última segunda-feira (12) sobre o possível fechamento da EMEIF Bruno Francisco Chiarato, no Bairro do Sorocamirim. Através de entrevista pelo canal Giro Mix em 25 de agosto, o prefeito Guto Issa falou sobre o seu propósito de fazer gestão com os recursos públicos e, nessa perspectiva, não se justifica a abertura da unidade de ensino no ano de 2023 devido ao pequeno número de alunos que a escola atende, sendo 41 no total. A ação pretende remanejar os estudantes dessa escola para outras localidades, como a Carmem Lúcia, José Luiz Pinto e Euclides de Oliveira.

O Chefe do Executivo ainda afirmou na ocasião que haverá redução de valores por aluno, haja vista que custa caro aos cofres públicos manter tal estrutura, como direção, vice direção, coordenação, supervisão, merenda e transporte para atender um número tão pequeno quantitativo de alunos. Essa informação, no entanto, gerou uma mobilização por parte da comunidade do Sorocamirim.

Alguns pais de estudantes procuraram os vereadores Niltinho Bastos, Cabo Jean, Paulo Juventude e Marquinho Arruda para reclamarem sobre o fechamento da unidade escolar, além de relatarem sobre os problemas que devem ocorrer no próximo ano letivo, principalmente com relação ao transporte escolar, já que se trata de estrada rural e ele não atende determinadas localidades, sujeitando os estudantes a longos trajetos para chegarem nas escolas que são bem mais distantes de suas casas.

Deste modo, Niltinho Bastos propôs, na Câmara Municipal, a Moção de Repúdio nº 383/2022, que foi subscrita pelos vereadores Cabo Jean, Paulo Juventude e Marquinho Arruda. O documento foi redigido para demonstrar o repúdio dos parlamentares quanto ao fechamento da escola.

“O que se torna injustificável é a gestão de recursos de modo a desativar uma unidade escolar, quando o município de São Roque anunciou um superávit financeiro de R$ 56 milhões no ano passado e R$ 32 milhões só no primeiro semestre desse ano. Com tamanho recurso, além de manter o funcionamento da unidade, poderia ser melhorada a estrutura do prédio para suprir a demanda da comunidade estudantil e, ainda, voltar a sala do 5º ano dessa escola, que foi retirado e os alunos precisam fazer grandes deslocamentos para chegar na escola em que foram transferidos”, comentam.

Durante apreciação dos vereadores na Sessão Ordinária, outros vereadores também falaram a respeito da Moção de Repúdio e fizeram suas considerações. A parlamentar Dra. Cláudia Pedroso disse não ser a favor do fechamento da escola, mas é contra a aprovação do documento de repúdio.

“É uma escola que pelo que foi lido pela própria ata precisa de reforma, adequação e não comporta mesmo aquelas 41 crianças que já estavam lá, então que fique muito claro aqui e que não haja dúvida em nenhum dos presentes: estamos aqui pelo bem das crianças, lutamos pela educação, o que somos contra é a moção, inclusive nós achamos que isso poderia ter se tornado uma indicação, uma forma de discussão como já foi colocado aqui, mas uma moção por algo que pode vir a acontecer é realmente um contrassenso, então é por isso que votarei contra”, disse a vereadora.

Assim como ela, Diego Costa também opinou sobre o assunto. “Existe aqui essa Moção de Repúdio, não sou a favor do fechamento da escola, mas eu acho que podem ser feitas sugestões para que se entenda mais sobre o caso antes de essa moção ser votada”, considerou o parlamentar, que sugeriu um convite à Diretora de Educação, Dircelene Segura, para que ela fosse até uma Sessão do Legislativo.

Após apreciação, a referida Moção de Repúdio foi rejeitada com nove votos contrários e cinco favoráveis.

O Jornal da Economia questionou a Prefeitura de São Roque sobre seu posicionamento diante da possibilidade de fechamento e, em resposta, o Departamento de Educação Municipal informou que a decisão da pasta para o encerramento das atividades na EMEIF Bruno Francisco Chiarato “busca garantir o acesso ao ensino, a qualidade pedagógica e a adequação as necessidades de cada um dos alunos que estudam na instituição, que hoje não atende todas as necessidades de seus estudantes”.

A administração ainda explica que a pouca quantidade de alunos matriculada na EMEIF impediu a avaliação dos estudantes pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), fato que deve ocorrer novamente em 2023, quando há previsão de apenas 30 matrículas na escola, quantidade insuficiente para que se acompanhe o desenvolvimento dos estudantes através do índice.

“A transferência dos alunos para outras escolas próximas trará mais estrutura física e de ensino, garantindo que os alunos recebam atendimento pedagógico adequado às séries em que se encontram, além de terem seu nível de desenvolvimento devidamente avaliados pelos índices do MEC. É importante frisar que todos os alunos serão transportados de seus bairros até as escolas em segurança, nos trajetos de ida e volta, garantindo todos os direitos dos estudantes e presando para que tenham sempre o melhor atendimento vindo do sistema educacional municipal”, finalizou a pasta.


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