26/08/2022 às 11h15min - Atualizada em 26/08/2022 às 11h15min

Vereador questiona possíveis privilégios em atendimento na Santa Casa

O JE questionou a CEJAM e a Prefeitura de São Roque sobre a denúncia

- Foto: Carlos Mello

Durante Sessão Ordinária da Câmara de São Roque, realizada na última segunda-feira, dia 22 de agosto, o vereador Cabo Jean usou a tribuna para denunciar um suposto atendimento diferenciado na Santa Casa, que teria sido oferecido ao pai de Edson Soares de Almeida, diretor do Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM), organização que administra o hospital.

Segundo Cabo Jean, é lamentável que a população não possua o mesmo padrão de atendimento que o pai do Diretor. “O pai do diretor foi levado para uma sala separada, e ao invés de ele passar por atendimento com os médicos que dão plantão no Pronto Atendimento da Santa Casa, foi clinicado pela gerente médica do hospital e que não atende no Pronto Atendimento. Acontece que o pai do Diretor teve uma prescrição médica e, além disso, realizou um check-up geral que nenhum outro munícipe na história da Santa Casa foi submetido, foram solicitados exames de urina e de sangue para avaliação de hemograma, rins, fígado, pâncreas, diabetes, infecções, raio-x, eletrocardiograma e ultrassom abdominal. O erro não está no fato de ele ter passado por atendimento via SUS, mas sim de não ter pegado uma senha e não ter ficado aguardando pelo atendimento, como acontece com as demais pessoas que precisam esperar por uma, duas, três horas ou mais. Outro erro pontual é que como ele não é morador de São Roque, por que colocaram no cadastro o endereço do hospital Santa Casa e não da residência dele? Isso no mínimo já demonstra omissão no envio de informações junto à Prefeitura”, diz.

O parlamentar já havia narrado o ocorrido durante a sessão do dia 17 de agosto. “Naquela Sessão, o Presidente da Casa de Leis, após a minha fala, direcionou a palavra a mim dizendo que teria recebido uma mensagem do Edson, Diretor da CEJAM e Administrador da Santa Casa, dizendo que o pai dele havia passado pelo hospital, mas que teria dado entrada pelo setor de urgência do pronto atendimento e que posteriormente foi diagnosticado com pneumonia”, ressalta.

Neste último pronunciamento de Cabo Jean, ele afirma que protocolou três Ofícios cobrando explicações. O de nº 1656/2022, direcionado à Diretora de Saúde, que é gestora do SUS no município, sendo também a responsável pelo contrato entre CEJAM e Prefeitura, da qual espera que sejam apurados os fatos e tomadas as providências. Outro Ofício de nº 1661/2022 foi encaminhado para a Diretoria da CEJAM e o último Ofício nº 1668/2022 enviado ao Ministério Público cientificando os fatos.

“A minha indignação é esse desrespeito com os idosos, crianças, pais e mães que sofrem diariamente com dores e não têm esse tipo de tratamento VIP que o pai do diretor teve. Isso é um ato imoral para com a nossa população ou até dos pacientes das cidades vizinhas que utilizam o pronto atendimento. Atitudes como essas me fazem compreender os motivos que levam a atual gestão a resistir pela transparência, tendo em vista que quando apertamos o governo, as coisas não são esclarecidas, pois onde já se viu um diretor e administrador da Santa Casa de São Roque dar um exemplo desses? Chega a ser ridículo e vergonhoso para o nosso povo”, finalizou.

O Jornal da Economia questionou a CEJAM e a Prefeitura de São Roque em relação à maneira que se posicionam diante da denúncia do vereador.

O Centro de Estudos informou à nossa redação que, em hipótese alguma, nega atendimento médico a qualquer pessoa que esteja precisando de assistência em uma de suas unidades. A CEJAM esclarece ainda que não recebeu qualquer notificação oficial sobre o caso em questão, tendo conhecimento dos fatos apenas pelas mídias sociais. “Nesse sentido, abrimos sindicância para apurar o caso relatado e um eventual vazamento de informações sigilosas de prontuário médico, protegido por lei. Seguimos priorizando a qualidade e as boas práticas assistenciais e permanecemos à disposição para quaisquer esclarecimentos”, concluiu.

Já o Departamento de Saúde da Prefeitura de São Roque afirmou que, diante do ofício protocolado pelo vereador na quarta-feira, enviará ao Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” uma notificação para que a instituição preste esclarecimentos sobre o caso relatado pelo parlamentar e sobre o suposto vazamento de informações sigilosas contidas em prontuário médico, documento este protegido por lei.

“A administração municipal também informa que enviará ao Ministério Público um pedido de verificação sobre a divulgação de dados médicos sobre pacientes atendidos pelo sistema público de saúde, procedimento este considerado ilegal”, completou a administração são-roquense.


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