07/03/2021 às 17h33min - Atualizada em 08/03/2021 às 09h59min

Mulheres na pandemia: quais têm sido os principais desafios?

Muitas precisaram fazer ajustes e até mesmo abdicações envolvendo trabalho, estudos, casa e família, não necessariamente nesta ordem

- Foto: Freepik

O Dia Internacional da Mulher é comemorado mundialmente no dia 08 de março, com o objetivo de dar ênfase à importância da mulher na sociedade e também para a história da luta por direitos, ainda que essa busca seja interminável até mesmo no cenário atual. E por falar em atualidade, este período de pandemia do coronavírus acaba gerando uma nova abordagem sobre os desafios enfrentados pelas mulheres nos mais variados aspectos.

Com essa fase caótica, muitas mulheres precisaram fazer ajustes e até mesmo abdicações envolvendo trabalho, estudos, casa e família, não necessariamente nesta ordem. Não há dúvidas que, em boa parte das vezes, elas conseguem dar conta de tudo e não decepcionam quando são colocadas à prova, como verdadeiras heroínas.

Foi pensando nisso que a nossa redação decidiu saber mais sobre a rotina de Joyce dos Reis Hermínio, que é moradora de São Roque, engenheira civil e coordenadora de orçamentos em uma construtora localizada em São Paulo. Joyce fala sobre as mudanças que a pandemia causou em sua vida e como se adaptou a elas neste “novo normal”, conciliando sua vida profissional com a pessoal.

“Antes eu acordava diariamente às cinco da manhã para pegar o fretado, minha filha ia para a minha mãe neste mesmo horário e ela era quem cuidava para que à tarde a neta fosse até a escola. Até então eu chegava por volta das 20h e no dia 19 de março veio anúncio que teríamos que ficar em casa e trabalhar em home office. Foi um período muito difícil porque eu não tinha estrutura em casa para fazer o que fazia no escritório, como internet rápida e acesso à rede”, disse a engenheira.

Ela afirma que os primeiros meses foram terríveis, pois seu trabalho exige muitos prazos e, em meio às datas, também estava em processo de adaptação, fazendo reuniões on-line e coordenando duas pessoas à distância, além de cuidar da filha que estava sem aula e ficando em casa. “Até então eu nunca precisei ficar com ela porque eu só a encontrava na parte da noite e ela já estava tomada banho e alimentada. Além das incansáveis reuniões, eu tinha que parar para fazer café da manhã e almoço, coisa que nunca tinha feito há sete anos, desde que a Catarina nasceu”, declarou Joyce, ressaltando que o marido também foi parte fundamental com relação aos cuidados que envolviam aulas on-line com a filha, que ainda está no período de alfabetização.

Além das dificuldades, a engenheira comentou que não pode considerar somente os aspectos ruins da pandemia porque, desde então, ela tem conseguido passar muito mais tempo com a família. “Eu nunca pude porque sempre trabalhei em SP. Saber que nós mulheres sempre damos conta de tudo, da casa, do trabalho, dos filhos é muito cansativo, mas vale a pena”, afirmou.

Joyce ainda falou sobre como tem conciliado seus afazeres atualmente, e que o período de um ano proporcionou o costume que precisava para seguir adiante. “Nós nos adaptamos a esse novo normal, a minha filha está muito mais paciente e entende quando estou em reunião. Meu marido me ajudou muito, não sei se com a falta de contribuição da minha família eu daria conta. Além disso, hoje voltei a ir duas vezes por semana para o escritório e não vejo a hora de voltar para casa e ficar com eles”, completou ela, mesmo sentindo que esteve muito mais sobrecarregada enquanto ficava apenas em casa.

A engenheira ainda deixou um recado a todas as mulheres, que mesclam suas atividades, trabalham fora ou são donas de casa. A mensagem, segundo ela, tem o intuito de confortá-las em meio a essa crise mundial. "O malabarismo que fazemos para realizar atividades profissionais, domésticas e que envolvem o cuidado com os filhos é um dos maiores desafios das mulheres nesta pandemia. Nesta situação não é possível dar conta de tudo e está tudo bem! Nós somos a roda do mundo, sem nós ele não gira e, por isso, sempre devemos ter solidariedade umas com as outras. Mulheres, vocês não estão sozinhas”, concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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