09/02/2021 às 13h48min - Atualizada em 09/02/2021 às 14h50min

Vídeo mostra tumulto em reunião sobre afastamento de padre investigado por importunação sexual em Araçariguama

Coroinhas e uma jovem foram ouvidas pela Polícia Civil

- Foto: Reprodução / Facebook
Fonte: Portal G1

O Portal G1 publicou um vídeo (clique aqui para assistir) nesta segunda-feira (08), onde mostra uma confusão durante uma reunião organizada pela igreja e comunidade sobre o afastamento cautelar do padre da Paróquia Nossa Senhora da Penha, em Araçariguama, que ocorreu após jovens o denunciarem por importunação sexual.

De acordo com a matéria, o tumulto começou por um grupo que era contra a saída do pároco e por outro que estava protegendo as jovens, que tiveram seus relatos encaminhados à Justiça no fim de janeiro após a Polícia Civil ouvir o acusado.

Em cartas escritas pelas coroinhas e assinadas por responsáveis, as quais o G1 teve acesso exclusivo e foram entregues às autoridades, as jovens falam sobre situações de aproximação por parte do pároco e períodos de agressividade. "Vinha com muita grudação e beijação, falando para mim que eu era uma moça linda, e ficava me abraçando e me beijando, então percebi que ele não estava ali como um padre e sim como um homem qualquer", relatou uma das meninas.

“No último mês de setembro eu e mais uma coroinha após acabar a missa encontramos com o padre e, por educação, pedimos a bênção, mas ele simplesmente me puxou e lambeu minha orelha e, em seguida, mordeu. Depois desse acontecido fiquei em choque pelo que ele tinha feito. Mas para mim eu achava que era apenas uma brincadeira, mas fui percebendo que ele estava agindo com maneiras muito diferentes com todos os coroinhas”, afirmou a adolescente, que se afastou da igreja após o episódio.

“No dia 11 de outubro ele perguntou por que eu não tinha ido à missa. Falei que não estava bem, mas em seguida simplesmente ele ofereceu carona para mim, e eu não aceitei, mas mesmo assim ele falou o horário que ia me pegar. Eu tinha falado para ele que minha madrinha iria me buscar”.

Já a outra menina, também de 17, contou que não tinha o hábito de conversar com o padre e que não se sentiu confortável em uma suposta ocasião. “Na última semana do mês de setembro, depois de uma missa, eu e mais uma coroinha estávamos saindo da sacristia pela porta que dá acesso à rua. No caminho, nós encontramos com o padre. Eu estendi a mão e pedi a benção a ele. Ele me puxou, abraçou e disse: ‘por que você é ruim comigo?’.”

“Logo em seguida ele mordeu minha orelha. Na hora eu me afastei em silêncio. Fiquei em choque, depois ele fez o mesmo ato com outra coroinha. Na época, eu encarei como uma ‘brincadeira’. A partir daquele dia eu não me senti segura dentro da igreja.”

Outra denúncia

Ainda de acordo com o G1, uma ex-funcionária da igreja disse, em depoimento às autoridades, que no fim do ano passado trabalhou no local e houve comportamento agressivo por parte do padre Omar dos Reis com coroinhas adolescentes, ministros e com ela, como puxar todos pelo braço.

O relato indica que o investigado chegou a acariciar seu braço e tentou beijá-la, porém ela conta que conseguiu manter distância. A jovem ainda afirmou que, em outra ocasião, o pároco chegou por trás acariciando sua barriga enquanto ela lavava a louça.

Em seguida, informou que o padre já a pegou pelo cabelo, cheirou e ainda disse que não queria que ela ficasse bonita para outros homens. Ela declara que, diante desta situação e após vários acontecimentos, decidiu se afastar do trabalho.

Investigação

A Polícia Civil de Araçariguama ouviu o investigado, que se apresentou na companhia um advogado. Ele negou as acusações feitas tanto por parte da funcionária, quanto através das adolescentes coroinhas. Deste modo, foi afastado da igreja no fim do mês passado, ainda segundo informações do G1.

O inquérito foi relatado à Justiça na última sexta-feira (29) e aguarda a manifestação do Ministério Público.

Em nota, a Diocese afirma que “não pode informar porque não há dados conclusivos". Ao portal, o padre também negou as denúncias e disse que são acusações infundadas.

“Não as cometi. De modo que a interpretação de quem está denunciando talvez tenha outro propósito. Mas da minha parte eu estou consciente que nada fiz daquilo que está sendo acusado, de modo que eu estava há pouco tempo na paróquia e a gente teve a oportunidade, principalmente nesse tempo de pandemia, de tentar, em primeiro lugar, ressaltar o valor da religiosidade", declarou.


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