29/01/2021 às 10h04min - Atualizada em 29/01/2021 às 11h35min

ACIA pretende entrar na Justiça contra decreto de fase vermelha

'Caso o governo não mude a classificação, a Associação Comercial entrará na Justiça', disse o presidente da ACIA, Antonio Di Girolamo

- Foto: Carlos Mello
Da Redação: Ana Laura Gonzalez

A Associação Comercial de São Roque informou que entrará na Justiça caso não ocorra uma mudança de fase no Plano São Paulo para São Roque e toda a região pertencente ao Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba que, no momento, permanece na classificação vermelha e preocupa comerciantes em relação aos prejuízos que estão tendo com o fechamento de lojas consideradas não essenciais.

O decreto entrou em vigor na segunda-feira (25), após anúncio realizado na sexta (22) pelo governador João Doria e fez com que toda a região entrasse na fase mais restritiva do plano. A decisão causou muita indignação por parte da classe comercial e, sendo assim, o prefeito Guto Issa passou a informar toda a população sobre quais seriam os próximos passos na cidade, dizendo que São Roque seguiria o governo estadual a respeito das medidas restritivas.

No entanto, Guto Issa participou de uma reunião emergencial com outros prefeitos no domingo (24), para falar sobre a saúde e o desenvolvimento da região de Sorocaba. Segundo informações da administração municipal, durante o encontro, o governante são-roquense pediu união aos presentes para que o número de leitos de UTI fosse ampliado, um fator essencial para que a região deixe a classificação mais restritiva do Plano SP. “Este é um momento de união, consenso e diálogo. A força da nossa região tem que ser levada ao Governo do Estado de uma maneira pacífica, para que encontremos saídas técnicas para a reversão rápida desta fase vermelha”, disse o prefeito durante o evento.

Como resultado do encontro, foi estabelecida a união entre os municípios para a criação de novos leitos de UTI, além da criação de uma comissão de prefeitos que representem a região junto ao Governo do Estado.

Posteriormente, Guto Issa participou de uma reunião com o presidente da Associação Comercial de São Roque, Antonio Di Girolamo, com o objetivo de buscar soluções para os comércios da cidade. “Estamos com o prefeito Guto desde manhã, conversando sobre esse decreto que fez o Plano SP, achando alguma alternativa para o nosso comércio e aí temos algumas novidades. Hoje estaremos fechados e acredito que até quarta-feira poderemos estar”, disse Antonio na ocasião.

Ainda na noite de quarta-feira (27) a Associação Comercial de São Roque recebeu o prefeito Guto Issa para uma nova reunião onde a diretoria da entidade e comerciantes questionaram sobre possíveis soluções para São Roque. O prefeito informou que a cidade de São Roque irá contar com mais oito leitos de UTI que estão sendo contratados pela prefeitura. “Desta maneira teremos um índice ainda melhor, o que irá ajudar em muito para que a cidade possa deixar a fase vermelha”, comentou ele, que na tarde desta quinta anunciou que os leitos ficarão à disposição da rede pública a partir da próxima segunda-feira (1º).

O Jornal da Economia conversou com o presidente da ACIA na manhã desta quinta-feira (28)  e ele nos contou um pouco mais sobre a reunião e os próximos passos das entidades a fim de pressionarem o Governo de SP. “Esse encontro aconteceu porque queríamos pressionar um pouco mais o prefeito para que ele desse uma afrouxada neste decreto municipal, aí ele trouxe essa novidade do aumento no número de leitos e a gente está esperando que amanhã (29) o Marco Vinholi, que é o representante do governo, consiga nos passar para a fase laranja”, declarou Di Girolamo, dizendo que se isso não ocorrer, a Associação Comercial precisa tomar atitudes mais sérias, entrando na Justiça com um mandato de segurança. “Caso o governo não mude a classificação, a Associação Comercial entrará na Justiça”. Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Em entrevista à rádio Cruzeiro do Sul de Sorocaba na manhã desta quinta-feira (28), o secretário de Desenvolvimento Regional (SDR), Marco Vinholi, explicou que entende toda a questão econômica por trás do plano estadual, mas que uma nova reclassificação poderá ocorrer somente depois que os novos leitos estiverem em funcionamento e os números de ocupações estabilizados. “Entendemos tudo o que é levado em conta para a gente querer essa flexibilização. O número de ocupações realmente caiu hoje e, se nós tivermos essa estabilidade na próxima semana, o Centro de Contingência então irá fazer uma avaliação para que a gente possa ter um avanço de fase da região a partir do dia 08”, afirmou Vinholi.

Protestos de comerciantes

Caso não haja reclassificação nesta sexta (28), comerciantes de São Roque planejam realizar manifestações pacíficas acerca da condição que enfrentam em meio ao decreto. A ideia é que no final da tarde todos se encontrem na Praça da Matriz para um manifesto público. “Sempre mantendo o distanciamento social e todos os cuidados”, comentou Manoel Zoom, um dos organizadores do encontro.

Na quarta-feira (27), um vídeo onde a comerciante Malu Andrade protesta em frente ao seu estabelecimento teve bastante repercussão nas redes sociais, pois ela aparece caracterizada de ‘palhaça’ e relaciona isso com o atual momento, defendendo a ideia de que o comércio precisa ser reaberto. “Eu não aguento mais essa situação e quero trabalhar. Estão fazendo a gente de palhaço”, disse ela.

No início desta semana, um outro vídeo de Malu lamentando o fechamento das lojas já havia viralizado e até mesmo sido repostado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, na internet. “Se coloque no lugar dessa senhora. Vida e emprego andam juntos e devem ser tratados com semelhante responsabilidade”, escreveu Bolsonaro na legenda da publicação.

Fiscalização isola áreas de produtos não essenciais

Ainda na quarta-feira (27), fiscais da Prefeitura Municipal iniciaram ações de restrição em diversas lojas de São Roque que trabalham com atividades mistas, ou seja, comercializam produtos essenciais e não essenciais. O objetivo, segundo informações que chegam à nossa redação, tem o objetivo de validar o decreto que permite apenas a venda de produtos essenciais nos comércios. Estabelecimentos como mercados, farmácias, mercearias e padarias podem funcionar na cidade.


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