O brasileiro abre mão da tradição em prol da segurança, aponta o estudo "Virando a Página 2020-2021: qual o novo capítulo do consumidor brasileiro?", realizada pelo C.Lab, o laboratório de pesquisas in house da Nestlé, entre 5 e 11 de novembro, com 700 pessoas em todas as regiões do País.
Entre os respondentes, 76% pretendiam celebrar o Natal com menos pessoas, 69% responderam que a data será comemorada em casa, sem aglomerações, e 74% disseram que não viajarão esse fim de ano. Quanto às compras, 75% disseram que vão gastar menos com os presentes de Natal e 62% vão economizar na ceia. O Ano Novo segue a mesma intenção: 80% vão celebrar com menos pessoas, e 65% responderam que estarão na noite de réveillon em casa, para evitar aglomerações, enquanto 68% dizem que não pretendem viajar.
"Os entrevistados se mostraram menos festivos em uma época do ano normalmente marcada pela celebração e pelo otimismo, além de ser um momento de gastos com comemorações e viagens. A maioria pretende ficar em casa com a família, em um Natal modesto e restrito, reunindo apenas os mais próximos", conta Diego Venturelli, gerente executivo de CMI (Consumer & Market Insights) da Nestlé Brasil.
Sonhos e desejos para 2021
As resoluções de fim de ano e os desejos para 2021 refletem as privações de 2020. No top 5 dos sonhos para o novo período, lidera o convívio social, citado por 36% dos entrevistados; segurança financeira, alimentação e bem-estar empatam em segundo lugar, com 24% de citações; 10% desejam realização pessoal e 6% mencionam questões de autoestima e reconhecimento.
No geral, 57% mudaram seus pedidos em relação a 2020, quando os maiores sonhos eram saúde, emprego, paz, viajar, comprar casa, comprar carro, ter prosperidade e sucesso. Agora, é diferente: esse 2020 atípico mudou a forma de fazer os desejos de virada de ano, passando do genérico à necessidade concreta. Se antes o pedido era saúde, agora os entrevistados desejam a vacina ou a cura para o Covid e o fim da pandemia. Ter paz virou que a vida volte ao normal e que a situação melhore. Sucesso é melhorar a situação financeira.
Vida financeira
E no mês do pagamento do 13º. salário, nesse ano atípico, o lado racional fala mais alto quando a pergunta é para onde vai esse recurso de fim de ano: 36% afirmam que vão guardar para uma emergência ou investir, enquanto 33% vão pagar contas e quitar dívidas. A maior preocupação é organizar a vida financeira.
A pandemia e o isolamento social tiveram impacto no bolso do brasileiro, mas a pesquisa mostra que a retomada de atividades trouxe também um alívio para a renda dos brasileiros. Se em novembro 49% disseram que tiveram diminuição da renda familiar em função da pandemia, em junho esse percentual era de 58%. Os principais fatores são reabertura de comércio e serviços, retorno de contratos suspensos e remuneração integral e um novo fôlego para atividades informais. Para quem ainda se diz impactado financeiramente, lidera a questão do desemprego (36% das citações), perda de renda de trabalho informal (35%) e redução salarial (31%).