Morreu na madrugada desta segunda-feira (30), aos 83 anos, o fotógrafo Sergio Jorge, um dos grandes ícones da fotografia brasileira. Ele estava internado há mais de duas semanas, num hospital de São Paulo com diagnosticado de Covid-19 e sua passagem foi confirmada pelo seu filho, o também fotógrafo Sergio Luiz Jorge, através das redes socais.
"Sinto informar o falecimento de meu querido pai Sergio Vital Tafner Jorge, nesta madrugada", escreveu o filho na manhã desta segunda.
Sergio Jorge teve uma carreira brilhante com passagens pelas redações do "O Dia" e "A Gazeta" entre décadas de 1950 e 1960, e pela revista "Manchete" nas décadas de 1960 e 1970.
"Muitas imagens passaram pelos olhos de Sérgio Jorge, um dos grandes mestres da fotografia brasileira. Impossível conhecer alguns dos principais momentos da história da nossa fotografia e do nosso país sem passar por algumas de suas imagens", disse o professor Rubens Fernandes Junior, pesquisador de fotografia ligado à Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e que também atuou como curador de uma exposição sobre a carreira de Jorge na Casa da Imagem de São Paulo em 2014.
Sergio usou sua câmera para registrar momentos marcantes da história brasileira como o milésimo gol do Pelé, a inauguração de Brasília, as primeiras corridas no Autódromo de Interlagos, a demarcação territorial brasileira no Polo Sul, a construção da rodovia Belém-Brasília, entre outros.
Boa parte dos seus trabalhos ganhou repercussão nacional, como o que lhe garantiu o primeiro Prêmio Esso de Fotojornalismo, em 1960, com uma série de fotos que mostrava o desespero de um menino ao ver seu cachorro ser levado pela carrocinha, pauta idealizada por ele, que também havia passado por um trauma similar na infância. As fotografias foram publicadas em 32 veículos de imprensa ao redor do mundo e lhe garantiram fama internacional.
As fotografias também proporcionaram a Sérgio uma grande quantidade de amigos tão apaixonados pela fotografia quanto ele, como o professor, palestrante e fotografo Francisco Sacramento, que atua também como colunista do JE e falou sobre o querido amigo. “Nosso último encontro foi em 2019, no Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB). Ele, eu, José Luiz (presidente do FCCB) passamos uma tarde discutindo sobre a fotografai no mundo de hoje. Íamos até marcar uma saída em Amparo, mas aí veio o covid e ele se foi”, lamentou Sacramento.